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A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) compôs, ao lado da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL), a mesa de abertura do 3⁰ Congresso de Educação Inclusiva do Rio Grande do Sul, organizado pela Associação Mães e Pais pela Democracia (AMPD). O evento anual tem se consolidado como um espaço fundamental de escuta, mobilização e construção de propostas para uma educação realmente inclusiva no estado e, neste terceiro encontro, abordou a inclusão também no âmbito das universidades.

O Congresso teve a participação de famílias, ativistas, profissionais da educação e estudantes, reforçando a importância da escuta ativa das famílias atípicas, que enfrentam diariamente a negligência de políticas públicas que não compreendem suas especificidades. Muitas dessas famílias são obrigadas a lutar por adaptações básicas, como acessibilidade nas escolas, capacitação de educadores e acompanhamento especializado.

“O sistema educacional vigente precisa ser questionado em sua estrutura, porque hoje ele não acolhe os corpos dissidentes. Esses corpos são tratados como erro, como exceção, quando deveriam ser parte fundamental para a construção do conhecimento acadêmico inclusivo”, afirmou Luciana Genro. Para combater essa ideia e quebrar as barreiras impostas pelo preconceito, a deputada é parceira do Balcão de Direitos das Pessoas Atípicas, realizado pela AMPD, que já está em seu segundo ano de atividades e oferece atendimento especializado e gratuito para as famílias que precisam de orientação sobre os direitos garantidos por lei para crianças e adultos com autismo e outras deficiências.

Este ano, a Associação e a deputada lançaram uma cartilha informativa sobre o tema para informar e garantir o acesso a informações. “É fundamental que as pessoas saibam dos direitos que elas têm e, para poder correr atrás desses direitos, para chegarem até os órgão responsáveis, precisam das ferramentas certas. Por isso, a urgência no desenvolvimento da nossa cartilha”, esclareceu a parlamentar. O projeto foi viabilizado através de uma emenda de Luciana Genro, de R$100 mil reais, em 2024, e o mesmo valor em 2025. Neste ano, conta também com aportes federais da deputada Fernanda Melchionna.

As participantes destacaram que a luta pela educação inclusiva é também uma luta contra as violências simbólicas e institucionais que seguem operando cotidianamente contra as famílias atípicas. “Nossa luta só é verdadeira se for coletiva, e é por isso que encontros como esse congresso são tão importantes. Precisamos borrar esse sistema excludente e construir outro, onde todos sejam bem-vindos”, complementou a mãe atípica, socióloga, conselheira do Conselho de Educação de Porto Alegre e Presidenta de Honra da AMPD, Aline Kerber na abertura do evento.

A trajetória do congresso é marcada por uma evolução no debate. Na sua primeira edição, foi feito “um pacto pela educação”, revelando o esforço inicial de colocar a pauta na agenda pública. Já o segundo, focou no desenvolvimento do Plano de Ensino Individualizado (PEI) como ferramenta para garantir o direito ao aprendizado; e, nesta terceira edição, o debate aprofundou-se para a presença e permanência das pessoas neurodivergentes nas universidades. “Em um país onde, segundo o IBGE, há cerca de 2 milhões de pessoas com autismo, sendo mais de 80 mil somente no Rio Grande do Sul (Censo 2022), discutir não só o acesso, mas a permanência e o necessário reconhecimento da diversidade no espaço educacional superior é urgente e inadiável”, defendeu a deputada Fernanda Melchionna na sua manifestação.

“Com o propósito de ser um espaço de troca e fortalecimento, onde a dor é transformada em resistência e onde a experiência vivida se torna instrumento de luta coletiva por uma educação que abrace as diferenças, o Congresso tornou-se mais que um encontro, mas um movimento que busca redesenhar o futuro com justiça, acolhimento e equidade”, finalizou Luciana Genro. Para solicitar a sua cartilha e conhecer mais das iniciativas da deputada sobre a temática, envie uma mensagem de WhatsApp para o número (51) 99265-0578. O envio do material físico é gratuito.