Foto: Celso Bender | Agência ALRS
Foto: Celso Bender | Agência ALRS

| Saúde

Desde que foi procurado pela Comissão Representativa de Servidores Vinculados ao IPE Saúde, no mês de março, quando relataram condições precárias de trabalho na instituição, o mandato da deputada estadual Luciana Genro (PSOL) tem acompanhado a situação precária enfrentada pelos trabalhadores e usuários do IPE Saúde. Conforme os relatos, são cerca de 150 servidores, sendo mais de um terço temporários, comissionados, cedidos e requisitados, para atender quase um milhão de usuários e 9 mil prestadores.

A situação se torna ainda mais grave pela falta de incentivos e remuneração adequada aos trabalhadores, que resultou, segundo informado pela comissão, em 25 exonerações em um período de pouco mais de um ano (de agosto de 2022 a outubro de 2023), sendo que 22 foram de novos ingressantes, que saíram após encontrar oportunidades com remunerações e condições de trabalho mais justas.

Apesar da realização recente de concurso, as nomeações não suprem a demanda, já que, para muitos dos aprovados, não existe interesse em assumir.

“É uma situação extremamente preocupante, que resulta na sobrecarga de trabalho, com significativos impactos na saúde física e mental dos trabalhadores, além da desvalorização profissional, já que atuam sem perspectivas de melhorias na carreira e sem motivação. Isso enfraquece as estruturas do IPE Saúde diante do constante esvaziamento do quadro de pessoal e da impossibilidade de devida avaliação técnica e especializada para evitar prejuízos e fraudes ao sistema de assistência à saúde”, pontuou Luciana Genro.

Os servidores precisam cumprir uma carga horária maior que a prevista para tentar dar conta da demanda e ressaltam, em documento entregue para a direção do IPE Saúde, que já não possuem condições físicas e mentais e não detêm mais disponibilidade financeira de manter as horas excedentes da prestação do serviço.

Em abril, Luciana Genro foi procurada por servidores que utilizam os serviços, que relatararam uma redução do horário de atendimento aos usuários do IPE Saúde, passando a ser das 9h às 13h, mediante agendamento prévio.

Em razão de seus horários de trabalho, ainda que utilizem o horário de almoço para este objetivo, muitos servidores não podem comparecer neste curto intervalo de tempo. As poucas datas e opções de marcação fariam com que o atendimento efetivo demorasse muito a ocorrer.

“Entendemos que o déficit de pessoal deve ter influenciado nessa decisão, contudo, não se pode esperar que os servidores da autarquia arquem com cargas e trabalhos excessivos, tampouco que os usuários sejam prejudicados. É dever do Estado apresentar uma solução que reflita em melhorias na carreira e, consequentemente, nos serviços prestados”, ressaltou a deputada.

Diante da gravidade da situação, a parlamentar oficiou a direção do IPE Saúde solicitando que sejam tomadas as medidas necessárias para assegurar o atendimento eficiente aos servidores e famílias vinculadas ao IPE, com urgência.

O documento também busca entender se em caso de impossibilidade de comparecimento nos intervalos ofertados para atendimento, há outra forma de contatar a instituição.

Em março deste ano, Luciana Genro já havia oficiado à direção do IPE questionando o déficit no quadro de funcionários e quais medidas estão sendo tomadas para reverter a situação.