Em mais um capítulo da crise do IPE Saúde, diversos hospitais têm se manifestado devido a atrasos em pagamentos e repasse de valores insuficientes, alguns inclusive deixando de aceitar pacientes do convênio. Ainda, médicos também ameaçam se descadastrar, e o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) pediu a atualização urgente dos valores de consultas e procedimentos.
Os usuários, que já estão pagando mais caro pelo plano desde a reestruturação, agora podem ficar desassistidos. Na época da votação do projeto que alterou as alíquotas do IPE Saúde, a deputada Luciana Genro (PSOL) lutou ao lado dos servidores contra o projeto, defendendo reposição salarial e argumentando que o funcionalismo não deveria pagar essa conta.
Cerca de 30 mil usuários já deixaram o instituto, possivelmente migrando para o SUS desde a reestruturação. São mais de 1 milhão de segurados do IPE que, em caso de extinção do plano, poderão ficar dependentes do SUS. Com as mudanças, houve um ajuste na contribuição dos servidores, além de cobranças adicionais, sem a contrapartida de melhoria dos serviços.
“Os segurados do IPE Saúde estão pagando mais caro, mas ainda assim não viram nenhuma melhoria nos serviços. Em muitos casos, está até pior! Não vamos aceitar esse descaso com os servidores”, destacou a Luciana Genro.
Segurados do IPE Saúde relatam inclusive que há médicos credenciados que se recusam a fazer consultas pelo convênio, cobrando um “preço especial” por fora.
Devido às manifestações, a vigência do novo modelo de remuneração aos hospitais credenciados, que deveria entrar em vigor no dia 1 de março, foi adiada em 30 dias.