A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) recebeu uma ameaça direcionada à sua mãe, a médica e ex-primeira-dama Sandra Genro, por sua defesa feita em relação ao povo palestino. A ameaça veio através de uma mensagem enviada por um perfil no Instagram que não possui identificação, nem foto. O texto informa um endereço residencial da família Genro e intima a deputada a parar de declarar apoio à população palestina.
“gosta de apoiar os palestinos e não apoia israel né Luciana? sabe quem mora na rua (neste trecho da mensagem, é informado um endereço residencial)? mamãe né? acho bom parar de falar merda”, diz a mensagem. O usuário é identificado apenas como “shhhdhdbe” e enviou a mensagem às 19h19 de terça-feira (20/02). O endereço informado na mensagem não é o de Sandra Genro, mas sim de outra pessoa da família de Luciana.
“Trata-se de uma ameaça clara, com a exposição de endereço privado de pessoas da minha família que não têm nenhuma relação com minha atuação política, com a intenção de silenciar a minha voz.”, disse Luciana Genro. “Não me intimidam e não irão calar as vozes em defesa de uma população que vem sendo dizimada. É preciso uma investigação séria para identificar a autoria desta ameaça e proceder à punição dos envolvidos”, declarou a deputada.
Ao tomar conhecimento sobre a ameaça nesta quarta-feira (21/02), a parlamentar – que estava em deslocamento para Pelotas, onde cumpre uma série de agendas – entrou em contato com a delegada Tatiana Bastos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI). Luciana Genro irá registrar um boletim de ocorrência na quinta-feira (22/02), às 14h, na sede da DPCI, em Porto Alegre (Av. Pres. Franklin Roosevelt, 981).
A deputada vem sendo perseguida, caluniada e atacada pela extrema direita e pelo sionismo por sua atuação em defesa da população palestina e pela denúncia do genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza. Além de ser alvo de um pedido de cassação na Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, Luciana Genro é alvo de um pedido de investigação do Ministério Público, devido a uma denúncia feita por deputados da extrema direita, que a acusam inclusive de “negação do Holocausto” – sendo que a família da deputada é de origem judia e, inclusive, possui integrantes que foram exterminados no campo de concentração de Auschwitz pelo regime nazista.
“Essa perseguição toda que estou sofrendo não é apenas contra mim, mas contra todos que se levantam em apoio ao povo palestino. O presidente Lula também tem sido alvo de uma campanha mentirosa por suas declarações necessárias e coerentes sobre o tema. Agora, com esta ameaça direta à minha família, todos os limites foram ultrapassados por aqueles que não aceitam a ideia de uma Palestina livre da opressão, do colonialismo e do apartheid israelense”, disse Luciana Genro.