Audiência pública ocorreu no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa.
Audiência pública ocorreu no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa.

| Meio Ambiente

O Rio Grande do Sul vive uma emergência climática, situação que tem se mostrado muito grave com a tragédia das enchentes que atingiram o estado nos últimos dias. Ao mesmo tempo, durante o verão as estiagens vêm se tornando mais fortes e também trazido diversos prejuízos à população. A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa realizou audiência pública, em parceria com a organização Eco Pelo Clima, para debater o assunto.

Em seu Congresso estadual, o PSOL votou por unanimidade na resolução referente ao assunto, solidarizando-se à ação civil pública protocolada em conjunto pelo Instituto Preservar, Agapan, Amigos da Terra no sentido de decretar a emergência climática no estado.

“Iniciativas como essa são fundamentais para nós barrarmos o desmonte ambiental promovido pelo governo Eduardo Leite, com medidas que têm cada vez mais afrouxado as regras e permitido que o meio ambiente seja degradado. A luta não é simples, pois a preservação do meio ambiente vai de encontro aos interesses do capital”, avaliou a deputada estadual Luciana Genro.

A parlamentar frisou a importância da luta ambiental ter um viés anticapitalista: “uma luta por um outro modelo econômico, outro modelo de vida. Em que o acúmulo de riqueza, de lucro, a devastação não sejam o mote do sistema. Não basta mudar o clima, é preciso mudar o sistema político e econômico”, completou.

O vereador do PSOL em Pelotas Jurandir Silva, que é um grande defensor da agroecologia, também esteve presente e contribuiu com a discussão. “Temos que falar sobre esse tema em todas as escalas. O Brasil é o quinto país que mais contribui com emissão de gases de efeito estufa no mundo, principalmente devido ao agronegócio. Para discutir emergência climática, precisamos destacar a necessidade de uma reforma agrária”, avaliou.

No caso das chuvas que provocaram enchentes no estado, Jurandir também menciona a ligação com a discussão ambiental. “Precisamos falar do desmatamento das matas que ficam no entorno dos rios, porque com esse desmatamento, a água passa com mais velocidade no caso de chuvas fortes. Na metade Sul e na região do Pampa, temos também um problema muito sério com os banhados, que são aterrados devido à especulação imobiliária. E toda a água precisa ir para algum lugar”, aponta.

O evento chamou atenção para o dado de que só há 5 anos para se reverter a crise climática. A audiência foi proposta pelo deputado Matheus Gomes (PSOL) a pedido do Movimento Eco pelo Clima e lotou o Auditório Dante Barone, com uma presença muito forte de ambientalistas e da juventude.