A mobilização organizada por servidores públicos estaduais que buscou barrar a votação do projeto que altera as alíquotas do IPE Saúde foi legítima e democrática, defendeu a deputada Luciana Genro (PSOL). Ao longo desta terça-feira (20), milhares de servidores se manifestaram em frente à Assembleia Legislativa, obstruindo as portas de entrada para sensibilizar o parlamento a adiar a votação e dialogar mais com os sindicatos e associações.
Mesmo com o caráter democrático da manifestação, deputados da extrema-direita estão buscando criminalizar os servidores e chegaram a propor a instalação de uma CPI na Assembleia.
“Essa tentativa de criminalização é mais do que ridícula. É um insulto contra a mobilização dos servidores, que lutaram legitimamente por seus direitos. Inclusive, eu gostaria que a manifestação tivesse sido até maior, porque é realmente indecente o que está acontecendo aqui hoje, em que o Parlamento vira as costas para o diálogo”, avaliou a deputada, líder da bancada do PSOL na Assembleia.
O PSOL tem se posicionado de forma contrária ao projeto do IPE desde que foi enviado à Assembleia Legislativa, defendendo reposição salarial para os servidores e que o funcionalismo não deve pagar essa conta. “Os servidores queriam dialogar, queriam mais tempo. Além das dívidas que os poderes têm com o IPE, nós sabemos que é a falta de reposição salarial dos servidores que levou à crise do IPE. Os mais de 50% de inflação que tivemos nos últimos sete anos, se a metade disso tivesse sido repassado para o funcionalismo, não teria déficit”, colocou Luciana Genro.
A deputada esteve ao lado dos trabalhadores durante a manhã, defendendo que haja valorização dos servidores, concursos públicos, nomeação dos que já estão aprovados, fim das terceirizações no serviço público e salários dignos para todo o funcionalismo.