As funcionárias e os funcionários que trabalham no setor de higienização do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) estão mobilizados para conquistar a jornada de 180 horas de trabalho mensal. Com o apoio da Associação de Servidores do GHC (ASERGHC) e do Sindisaúde-RS, realizaram um ato nesta quarta-feira (14), e uma comissão se reuniu com a diretoria do hospital, juntamente com a deputada estadual Luciana Genro (PSOL), que vem apoiando esta luta.
A higienização é a única categoria que trabalha 220 horas mensais no hospital, ganhando um salário de R$ 1,6 mil. Elas reivindicam a redução da carga horária sem redução salarial. “Está bem difícil pra nós. Estamos no nosso limite, mas não deixamos de honrar nossos compromissos. Só que estamos adoecendo”, explicou Luciana de Almeida, uma das lideranças das funcionárias.
No momento, há um déficit de 70 funcionários só no Conceição, o que acaba sobrecarregando ainda mais a categoria e obrigando muitos a fazer hora extra, sem receber por isso.
Embora não sejam terceirizados – conquista adquirida após o GHC passar por um surto de superbactéria que fez o hospital perceber a importância de se investir em pessoal de higienização -, a categoria segue mais precarizada que as demais. “Essa questão das horas pode acabar trazendo de volta a questão das superbactérias, que ocorreu porque não se conseguia fazer a higienização corretamente. Com funcionários adoecidos e exaustos, o trabalho fica prejudicado”, avaliou Luciana Genro.
A comissão e a deputada, juntamente com o presidente da ASERGHC, Arlindo Ritter, foram recebidas pelos diretores João Motta, do setor administrativo e financeiro, e Quelen Tanize Alves da Silva, diretora de inovação, gestão do trabalho e educação. “Temos o compromisso com as 180 horas, mas não tinha orçamento e nem processo no Ministério da Saúde, tivemos que iniciar esse diálogo em março, quando tomamos posse. A gente vem discutindo isso pra dar celeridade, queremos sim que seja o mais rápido possível”, garantiu Quelen.
João Motta também se comprometeu com o assunto: “A expectativa é que até a metade desse ano algumas questões emergenciais sejam resolvidas, e este é o caso de vocês. É uma questão de compromisso político e ideológico, queremos resolver entre junho e julho essa questão”.
Luciana Genro e as trabalhadoras avaliaram a reunião de forma positiva. Os funcionários irão seguir mobilizados toda quarta-feira, realizando “cafés” no pátio da instituição para pressionar por agilidade no processo. A deputada irá realizar uma audiência pública às 10h do dia 26 de junho, no Plenarinho da Assembleia Legislativa, para debater o assunto a partir da Frente Parlamentar em Defesa dos Trabalhadores da Saúde, coordenada por seu mandato. Os diretores do GHC se comprometeram a estar presentes.