Monica Baltodano, uma das figuras centrais da revolução sandinista na Nicarágua em 1979, vem a Porto Alegre no dia 14 de abril. Ela ministrará uma palestra promovida pelo Conselho Editorial da Revista Movimento, pelo Movimento Esquerda Socialista (MES) – corrente fundadora do PSOL – e pelo Comitê Brasileiro de Solidariedade com o Povo da Nicarágua. O evento ocorre a partir das 18h30, no Auditório da Faculdade de Economia da UFRGS (Av. João Pessoa, 52/ sala 410).
A ativista também percorrerá outras cidades do Brasil, onde participará de uma série de eventos e encontros. Monica irá denunciar as violações cometidas pelo regime autoritário de Daniel Ortega e Rosario Murillo, com o tema “Nicarágua: Da Revolução Sandinista ao giro autoritário de Daniel Ortega”.
Os eventos serão gratuitos e abertos ao público. A agenda de compromissos ainda incluirá encontros com parlamentares, professores, sindicalistas, militantes de esquerda e expoentes dos Direitos Humanos no Brasil, como o padre Julio Lancellotti e Frei Betto, e encontros com lideranças do Instituto Vladimir Herzog.
Presidente do PSOL no Rio Grande do Sul, a deputada estadual Luciana Genro destaca a importância das atividades de Monica Baltodano no Brasil. “Não podemos silenciar diante dos crimes cometidos pelo regime de Ortega. Não há espaço para compromisso algum com essa ditadura que persegue o próprio povo e vira as costas aos ideais de liberdade e justiça social da revolução sandinista”, afirmou.
Quem é Monica
Historiadora, 70 anos, Monica figura entre os nomes mais importantes da política nicaraguense nos últimos 40 anos. Foi uma das três mulheres que receberam o grau honorário de Comandante Guerrilheira após o triunfo da revolução sandinista. Exerceu o cargo de vice-ministra da Presidência, ministra dos Assuntos Regionais e membro do Parlamento até que se opôs ao pacto no qual o ex-presidente Arnoldo Alemán (1997-2002) e Daniel Ortega dividiram o poder da Nicarágua.
Eminente membro da oposição do governo Ortega (que está na presidência da Nicarágua desde 2007), Monica foi presa por participar do Movimento de Renovação Sandinista e exigir a libertação de presos políticos em 2019. Em fevereiro passado, o regime autoritário a incluiu no rol dos 94 opositores declarados apátridas pelo governo. Além de retirar a nacionalidade do grupo, Ortega confiscou bens e mesmo os registros da seguridade social dos expatriados – integrados a um grupo de 222 nicaraguenses que foram expulsos do país em voo fretado rumo aos Estados Unidos.
Autora dos quatro volumes de “Memórias da Luta Sandinista” (www.memoriasdelaluchasandinista.org), Monica contará sobre sua trajetória e o contexto político da Nicarágua – para onde pretende voltar assim que a ditadura cruel do governo Ortega for derrubada.