Foto: Paulo Garcia/ ALRS
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A pedido da deputada Luciana Genro (PSOL), casos de intolerância religiosa contra casas e praticantes de religião de matriz africana em Passo Fundo foram pauta da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. A comissão ouviu, nesta quarta-feira (26/4), o depoimento de Alexandre Vieira, vítima de um incêndio criminoso contra sua casa de religião no início de março.

“Sabemos que as religiões de matriz africanas sofrem perseguição não só pelas suas práticas religiosas, mas também por abrigarem pessoas negras e LGBTs. Estamos juntos nessa luta para garantir a liberdade de expressão religiosa. A Comissão deve cobrar e acompanhar a polícia local sobre as investigações destes casos na cidade”, destacou Luciana Genro.

Por sugestão da deputada Luciana Genro a CDH deve oficiar a Chefia de Polícia solicitando a instalação de uma Delegacia de Combate à Intolerância na cidade. 

“Além de pedirmos por celeridade no processo de investigação, é fundamental que quem comete esse tipo de crime seja responsabilizado com agilidade. Essa também é uma forma de coibir novos ataques”, solicitou Alexandre, afirmando acreditar que se a cidade contasse com uma delegacia especializada nestes crimes, os casos seriam tratados com a atenção que merecem. Por sugestão da deputada, nos próximos dias a Comissão deve oficiar a Chefia de Polícia solicitando a instalação de uma Delegacia de Combate à Intolerância na cidade. 

“Além de pedirmos por celeridade no processo de investigação, é fundamental que quem comete esse tipo de crime seja responsabilizado com agilidade,” reivindicou Alexandre Vieira, que teve sua casa de religião incenciada.

O religioso ainda lembrou o caso que aconteceu em 2022 com a Mãe Cláudia de Oyá, em que ela aguarda até hoje por justiça e andamento nas investigações do episódio em que teve seu carro incendiado, em um ato que a comunidade denuncia como intolerância religiosa. Seu terreiro já havia sido alvo de pessoas que passavam arremessando pedras, sal grosso ou gritando ofensas. 

Ambos os casos foram acompanhados de perto pela assessora da deputada, Ingra Costa e Silva, que além de residir na cidade é praticante de religião de matriz africana e atua na pauta. Luciana Genro trabalha em conjunto com lideranças dos povos de terreiro para combater a discriminação religiosa e o racismo em todo o estado.

Seu mandato publicou uma Cartilha dos Povos de Terreiro, que conta com informações sobre os Orixás, textos de pais e mães de santo e as expressões mais utilizadas nos rituais religiosos. Também esteve presente em dezenas de Conferências Municipais dos Povos de Terreiro realizadas nos últimos meses.

Também é de autoria de Luciana Genro o projeto que cria o Dia Estadual do Tamboreiro, do Alabê, do Ogã e do Tata, a ser celebrado em 15 de setembro. A deputada tem visitado os terreiros sempre que é convidada por pais e mães de santo. Para receber a cartilha do povo de terreiro basta solicitar por mensagem no WhatsApp para: (51) 99265-0578.