A notícia de que um soldado veio a óbito durante o 15º Curso de Especialização em Operações Especiais, realizado pelo BOPE, causou tristeza, luto e indignação. Procurada por colegas de corporação do jovem Lucas Aquino de Oliveira, a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) enviou questionamentos ao Comandante-Geral da BM a respeito do ocorrido.
O soldado, de 28 anos, faleceu durante uma atividade de natação no rio Jacuí nesta quinta-feira (3). Ele chegou a ser socorrido pelos colegas de curso e encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro, porém não resistiu. “É mais uma tragédia que acomete os soldados da Brigada Militar. A morte deste jovem soldado durante um treinamento precisa ser seriamente apurada, pois a corporação deve explicações à família, à sociedade e a todos os demais alunos do curso”, afirma Luciana Genro.
Outras denúncias recebidas pela deputada sobre o curso dão conta de que o treinamento explora as fobias dos soldados, com treinamentos que provocam frio, calor, angústia e medo. Há relatos de que o treinamento na água pode ocorrer com o soldado amarrado ou dentro de caixas d’água no inverno rigoroso.
A deputada faz uma série de questionamentos sobre o fato e as medidas de segurança que são tomadas durante os treinamentos para evitar incidentes como este. Dentre as perguntas, está a metodologia da atividade realizada e o local exato, se há supervisão durante o treinamento e se já ocorreram óbitos durante os cursos de especialização. Segundo notícias da época, em 2017, um jovem aluno do curso de soldados da BM morreu após contrair leptospirose durante o treinamento, em Montenegro.
Luciana Genro vem acompanhando uma série de denúncias envolvendo os praças da BM, tanto sobre condições de trabalho quanto de treinamento, e já realizou uma audiência pública sobre o assunto. A deputada solicitou a audiência após receber diversos relatos de soldados e sargentos que indicam a existência de condições inadequadas, ou até mesmo desumanas, de trabalho.
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