Funcionárias denunciam atraso em pagamentos e questionam Seduc sobre relação com a empresa.
Funcionárias denunciam atraso em pagamentos e questionam Seduc sobre relação com a empresa.

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Um grupo de trabalhadoras terceirizadas que atuam na limpeza das escolas públicas estaduais ocupou a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) na tarde desta quarta-feira (11/05) reivindicando o pagamento de seus salários. As funcionárias da empresa GFG – Recursos Humanos não receberam o pagamento no quinto dia útil do mês, conforme contrato.

“Já é o segundo mês de salário atrasado. O vale-refeição eles sempre ficam devendo, temos que ficar ligando para a empresa para cobrar nossos direitos. Passamos a Páscoa e o Dia das Mães sem nada”, denunciou uma funcionária. A empresa GFC – Recursos Humanos possui cerca de 180 trabalhadoras terceirizadas atuando na limpeza das escolas vinculadas à 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).

Deputada Luciana Genro esteve prestando apoio às trabalhadoras e levará o caso à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa.

A deputada estadual Luciana Genro (PSOL), integrante da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, esteve na Seduc junto com as trabalhadoras em apoio à mobilização e se comprometeu a levar a situação para a Comissão. “Esse é um problema geral das terceirizações, onde as empresas são contratadas pelo governo sem que prestem a devida garantia de que podem arcar com o pagamento dos funcionários. E aí fica um jogo de transferência de responsabilidades, onde o governo diz que pagou a empresa e a empresa diz que não recebeu os recursos. Quem sai prejudicado é sempre o trabalhador lá na ponta”, disse a deputada.

Luciana Genro tem recebido denúncias de outras empresas terceirizadas da Seduc que adotam a mesma prática de não pagar suas trabalhadoras, como a Império Soluções e a Purify. “Fui contratada em fevereiro pela empresa Império Soluções e desde março não recebi os pagamentos. A empresa diz que a Seduc não pagou e a Seduc alega que, no contrato, a empresa teria que ter dois meses de dinheiro em caixa”, relatou uma trabalhadora à deputada nas redes sociais. São cerca de 40 funcionárias vinculadas à Império Soluções na região da 5º CRE que estão na mesma situação.

Outra trabalhadora denuncia que começou a trabalhar em fevereiro para a empresa Purify e teve descontos ilegais em sua rescisão. “Quando pedi demissão por não me pagarem e não depositarem meu vale alimentação e o vale transporte, me mandaram a folha da rescisão com descontos desses benefícios que nunca recebi”, relatou.

A professora Neiva Lazzarotto, diretora do 39º Núcleo do CPERS, acompanhou as trabalhadoras da empresa GFG – Recursos Humanos na Seduc e também auxiliou na interlocução do grupo com a Secretaria. As funcionárias desocuparam o prédio após receber a garantia de que a Secretaria da Fazenda depositaria até a quinta-feira, dia 12, o valor de R$ 446 mil para a empresa GFG – Recursos Humanos. Representantes da empresa também asseguraram que repassarão o pagamento quando receberem os recursos do governo.