O 38º e o 39º Núcleos do CPERS/Sindicato realizaram aula pública em frente ao Instituto Estadual de Educação General Flores da Cunha, em Porto Alegre, neste Dia Nacional de Mobilização pela Educação, 16 de março. A deputada estadual Luciana Genro (PSOL), que integra a Comissão de Educação e vem acompanhando a situação da categoria e de diversas escolas estaduais, esteve presente para apoiar a luta dos professores.
Professores se manifestaram relatando indignação com o reajuste aprovado pelo governo, que na realidade foi de 32% apenas para 14% da categoria. Os cerca de 45 mil aposentados receberam somente 5% de reajuste, mas haviam perdido 26,47% dos adicionais por tempo de serviço, o que significa que nem ao menos essa perda foi compensada. A categoria exige que seja cumprido o piso nacional do magistério e que haja regulamentação do piso e aumento para os funcionários de escolas.
As mudanças propostas para o Ensino Médio, que retiram carga horária de disciplinas, também foram criticadas. Com as alterações, apenas português e matemática seguem sendo obrigatórias para os três anos do Ensino Médio, o que tem gerado críticas dos professores. A questão será tema de audiência pública na Assembleia Legislativa, proposta por Luciana Genro, no próximo dia 28.
O desmonte dos Núcleos de Educação de Jovens e Adultos (NEEJA) também foi amplamente citado. “Estão colocando de escanteio os alunos adultos e idosos. Querem tirar o direito dessas pessoas estudarem, ao tirar os professores da EJA”, denunciou a professora Cláudia Pinheiro.
“É um projeto de desmantelamento. Os professores do NEEJA trazem um relato muito emocionante sobre como são desprezados pelos governos. A EJA pode sim formar pessoas para as mais diversas profissões e é fundamental para jovens e adultos que trabalham e muitas vezes não conseguem cumprir o calendário tradicional da educação”, colocou Luciana Genro.
O local escolhido para o ato, o Instituto de Educação, também foi simbólico, por se tratar de uma escola que foi fechada para reformas há mais de cinco anos e até hoje não reabriu. Agora, o governo pretende transformar uma do IE no Museu Escola do Amanhã, proposta que foi realizada sem consulta da comunidade escolar.
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