A deputada Luciana Genro (PSOL) visitou nesta segunda-feira (20) o local onde está atualmente instalado o Centro de Referência da Mulher Vânia Araújo. Trata-se de uma pequena sala dentro de um estacionamento no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF) sem nenhuma sinalização ou indicativo, sem espaço reservado para realizar atendimentos a mulheres vítimas de violência.
O CRM ficava em uma sede própria, na esquina das ruas André da Rocha e Tuyuty, na Cidade Baixa. Mas quando o local voltou a atender presencialmente, após ficar fechado durante o período da pandemia, foi transferido para a nova localização. “O governo diz que é provisório, mas o prédio onde disseram que seremos instaladas de forma permanente precisa de muitas reformas”, explicou a advogada Carolina Almeida Rodrigues, uma das três servidoras que atualmente estão lotadas no serviço.
Além da falta de estrutura física, o Telefone Lilás, por onde é feito o acolhimento a mulheres vítimas, nem sempre funciona e a rede de proteção encontra-se totalmente desarticulada. Até mesmo o encaminhamento para o abrigo para mulheres administrado pela organização Atos 29, que recebeu recursos de emenda proposta por Luciana Genro, é feito sem que haja um controle central. “Elas estão recebendo de forma aleatória, mas é preciso organizar o fluxo, prestar contas. Em teoria, os encaminhamentos deveriam vir para cá e nós realizarmos esse trabalho”, explicou Carolina.
Além de Carolina, duas assistentes sociais trabalham no CRM no momento. Não há psicólogas no quadro. “Em 13 anos trabalhando no CRM, nunca vi o serviço nesse estado. Eles desqualificam nosso trabalho”, lamentou a assistente social Cecília Gomes de Oliveira. A responsável pelas demandas voltadas para mulheres no mandato da deputada, Carla Zanella, acompanhou a visita e ressaltou a importância da rede ser rearticulada, com centralidade no CRM, para que o acolhimento a mulheres vítimas de violência funcione de forma efetiva.
A partir deste cenário, Luciana Genro irá solicitar uma reunião com a secretária Regina Becker sobre a situação do CRM e encaminhar a realização de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos para articular o funcionamento do projeto Acolhendo Vidas. “O Centro de Referência é um serviço fundamental diante do constante aumento de feminicídios no estado. Estando fortalecido e com a possibilidade de prestar um bom atendimento, o CRM pode salvar vidas, impedindo que o ciclo da violência termine em morte”, destaca a deputada.
Confira no vídeo a situação do CRM: