Ulbra está em recuperação judicial desde 2019. Facebook/Divulgação
Ulbra está em recuperação judicial desde 2019. Facebook/Divulgação

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Uma carta publicada pelos alunos do curso do Programa de Pós-graduação em Educação e Estudos Culturais da Ulbra trouxe a consternação dos estudantes ao tomarem conhecimento sobre a proposta de venda de operações da Universidade Luterana do Brasil nos campi do Rio Grande do Sul para o pagamento de dívidas. Segundo matéria da Zero Hora, atualmente o passivo chega a R$ 8,6 bilhões. 

Eles buscam articulação com os demais colegiados de estudantes e sindicatos a fim de cobrar o estabelecimento de um diálogo junto a instituição e a sua mantenedora – AELBRA – para que a tramitação do processo de compra e venda ocorra com maior transparência e em diálogo aberto com a comunidade acadêmica.  

“Desde já pressionaremos pela manutenção dos empregos de docentes, funcionários e terceirizados, ressarcimento de direitos trabalhistas em atraso e garantia dos direitos das alunas e dos alunos dos campi de Canoas. Em tempos de desmonte ultraliberal da educação e da sociedade brasileira – que disputa as subjetividades – e impõe, repetidamente, um papel subserviente aos trabalhadores e estudantes da Educação em todos os níveis, reforçamos nossos laços para a luta que virá,” afirmam no documento.  

A Ulbra está em recuperação judicial desde 2019 e a proposta de venda de suas operações nos campi de Canoas, Guaíba, Carazinho, Santa Maria, Cachoeira do Sul, Torres e São Jerônimo, incluindo o Ensino a Distância (EAD), será votada em assembleia dos credores no próximo dia 25 de novembro.  

Leia o documento na íntegra:  

Carta aberta as trabalhadoras e aos trabalhadores da Universidade Luterana do Brasil  

Foi com consternação que a representação discente do Programa de Pós-graduação em Educação recebeu a notícia da proposta de venda de operações da Universidade Luterana do Brasil nos campi do Rio Grande do Sul. A proposta será submetida à apreciação do comitê de credores, conforme reportagem veiculada pelo grupo Zero Hora, em 16 de novembro de 2021. A mesma reportagem informa que serão mantidos empregos e matrículas. A situação trabalhista da instituição é delicada há alguns anos, sendo que tem se intensificado nos últimos tempos. Neste cenário, viemos prestar nossa solidariedade aos docentes, funcionários e terceirizados nesse período de incertezas. Dentro do possível, o corpo discente do Programa de Pós-graduação em Educação por meio de sua representação estudantil buscará articular-se com demais colegiados de estudantes e sindicatos a fim de cobrar o estabelecimento de um diálogo junto a instituição e a sua mantenedora – AELBRA – para que a tramitação do processo de compra e venda ocorra com maior transparência e em diálogo aberto com a comunidade acadêmica. Desde já pressionaremos pela manutenção dos empregos de docentes, funcionários e terceirizados, ressarcimento de direitos trabalhistas em atraso e garantia dos direitos das alunas e dos alunos dos campi de Canoas. Se a venda for concretizada, é indispensável a recontratação e a equivalência de carga horária, condições contratuais de trabalho e remuneração para os funcionários, além da manutenção das matrículas em curso. Assim como, mostramos nossa preocupação em relação aos discentes dos campi de Santarém (PA), Itumbiara (GO) e Manaus (AM).  

Em tempos de desmonte ultraliberal da educação e da sociedade brasileira – que disputa as subjetividades – e impõe, repetidamente, um papel subserviente aos trabalhadores e estudantes da Educação em todos os níveis, reforçamos nossos laços para a luta que virá. 

Subscrevem a carta os estudantes do curso do Programa de Pós-graduação em Educação e Estudos Culturais, através da representação discente, gestão 2021-2022.  

Canoas, 17 de novembro de 2021.