Trabalhadores se mobilizam contra fixação de turnos feita pela Gerdau sem negociação com a categoria. | Foto: Sindimetal Charqueadas
Trabalhadores se mobilizam contra fixação de turnos feita pela Gerdau sem negociação com a categoria. | Foto: Sindimetal Charqueadas

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Os mais de 800 trabalhadores da fábrica da Gerdau em Charqueadas foram surpreendidos na última segunda-feira (13/09) com a alteração de turnos de trabalho determinada pela empresa. O salário médio da categoria é de R$ 2.400 e com a decisão da Gerdau os metalúrgicos podem chegar a perdas de mais de 35% nos casos em que deixem de receber o adicional noturno. 

Sindicato ocupou a portaria central da empresa Gerdau e não há previsão de saída do local.
| Foto: Sindimetal Charqueadas

Jorge Luiz de Carvalho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas (Sindimetal), relata que o sindicato ocupou a portaria central da Gerdau e não há previsão de saída do local, pois a direção optou de forma unilateral por romper as negociações com a categoria, não renovar o acordo coletivo e migrar para a convenção coletiva, que abre brecha para essa alteração.  

Com a determinação da empresa, os turnos que antes eram em regime de revezamento, agregando direitos como adicional noturno, por exemplo, passam a ser fixos. A alteração gera uma redução brusca no salário dos trabalhadores, que em tempos de crise sanitária e econômica se torna ainda mais dramática.  

O Sindimetal elaborou uma proposta que considera justa para a categoria e para a Gerdau, buscando somente a manutenção dos ganhos já adquiridos pelos trabalhadores. A intenção do sindicato é que aqueles que recebem os adicionais tenham esses valores incluídos no salário base.  

Contudo, há um impasse entre a entidade e empresa, já que a Gerdau não se dispõe a analisar a proposta enquanto o Sindimetal não desocupar a fábrica. E o sindicato, por sua vez, afirma que não sairá enquanto o documento não for avaliado. 

O PSOL e o mandato da deputada estadual Luciana Genro estão acompanhando e apoiando a luta através da presidente do partido na cidade, Priscila Vaz, que também é ex-funcionária da empresa.

“Essa realidade não pode ser imposta de forma arbitrária por uma multinacional que incansavelmente, em suas palestras e treinamentos, discursa sobre a vida de seus colaboradores ser um bem que está acima de qualquer lucro, quando na verdade está subjugando profissionais com suas cobranças por metas de produção, mas com salários e benefícios diminuindo a cada dia, o que é uma discrepância com a atual realidade da empresa, que bate recordes de produção,” pontuou Priscila.

Os metalúrgicos convocam a comunidade a se somar em um ato público a ser realizado nesta quarta-feira (15/09), a partir das 7h da manhã, no pátio da Gerdau.