Foto: Prefeitura de Rio Grande
Foto: Prefeitura de Rio Grande

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A Petrobras anunciou nos últimos dias novos investimentos referentes ao plano de desenvolvimento do mega campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, com o lançamento de um edital para aquisição de uma nova FPSO – plataforma de produção e armazenamento de petróleo e gás. Dados apontam que o pré-sal brasileiro conta com 23 embarcações do tipo FPSO, com mais 15 sendo planejadas para a próxima década. 

No porto de Rio Grande e São José do Norte, no sul do Rio Grande do Sul, os trabalhadores esperam que um desses investimentos possa ser feito nos estaleiros locais. O estaleiro de Rio Grande, que já foi um dos três principais do Brasil, hoje em dia “está virando sucata”, como define o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande e São José do Norte, Sadi Machado.  

“Chegamos a construir aqui duas FPSO simultaneamente. Tem máquinas de ponta, máquinas de solda a laser, com corte plasma. Temos uma tecnologia imensa, uma estrutura fora de série. Teve investimento do BNDES, da Caixa, do Banco do Brasil, e agora está virado em corte da sucata do restante que ficou, hoje é armazém de madeira e exportação de gado”, lamenta Sadi.  

O sindicato, então, busca apoio no Parlamento gaúcho para chamar atenção à situação pela qual estão passando, de necessidade de renovação e investimentos. “Já abriu a licitação para FPSO-80 e o mercado hoje pra Petrobras é muito grande. Tem uma grande necessidade de renovar, e não é só FPSO. E nós aqui do Sul não temos mais nada, nem reparo a gente consegue fazer”, explica.  

Ele aponta a diferença da situação de agora, em que os metalúrgicos estão “passando fome, vendendo bala de goma”, em relação à época em que o estaleiro estava em alta e empregava milhares de pessoas. Atualmente, a maioria dos investimentos da Petrobras vai para fora do país, com empresas estrangeiras dominando as construções. A reivindicação da categoria é também que sejam feitos mais investimentos dentro do Brasil, com a possibilidade dos portos do Sul voltarem a ser o que eram. “Estamos pedindo socorro faz tempo. Queremos que volte a ter uma política de produção nacional dos grandes empreendimentos da Petrobras”, resume Sadi.

Para a deputada estadual Luciana Genro, a situação é crítica e merece atenção e atuação de todos os órgãos públicos. “Vamos fazer o possível para auxiliar os trabalhadores em suas demandas legítimas pelo desenvolvimento regional e nacional. Também estamos encaminhando esses relatos à bancada federal do PSOL, que no Rio Grande do Sul é representada pela deputada Fernanda Melchionna”, disse