A Escola Municipal de Ensino Fundamental Leocádia Felizardo Prestes, em Porto Alegre, divulgou um nota afirmando que não decidiu adotar o modelo cívico-militar, ao contrário do que vinha sendo divulgado na imprensa pela prefeitura e pelo deputado estadual Luciano Zucco (PSL). A declaração é assinada pelo diretor, Aldemir do Nascimento, pela vice, Rute Viegas Nunes, e pela presidente do Conselho Escolar, Denise Nunes Cabral.
A nota foi divulgada nesta sexta-feira (14/05) após circularem notícias de que a escola seria a única no município que teria aceitado aderir ao projeto de tornar-se uma escola cívico-militar, de acordo com a iniciativa de militarização do ensino defendida pelo governo Bolsonaro e seus aliados. “As notícias sobre a implantação de uma escola cívico-militar em nossa instituição são inverídicas”, diz o texto.
Para a deputada estadual Luciana Genro (PSOL), a escola, que recebe o nome da mãe do líder comunista Luís Carlos Prestes, não merece ser vítima de desinformações propagadas pela extrema-direita. “As escolas precisam de recursos, de autonomia, de valorização dos professores e funcionários e, neste momento pandêmico, de vacina, testagem e protocolos sanitários. A militarização das escolas é uma bandeira ideológica de Bolsonaro e seus aliados que não vai ao encontro das necessidades da comunidade escolar”, disse.
Os diretores relatam que foram consultados pela prefeitura, mas que informaram que precisariam de mais informações sobre o projeto antes de tomar qualquer decisão. Além disso, ressaltaram ao governo que seria preciso consultar toda a comunidade escolar para aderir ou não à iniciativa.
Contudo, mesmo assim o deputado Zucco e a prefeitura passaram a divulgar que a escola teria aceitado tornar-se cívico-militar. “Fomos surpreendidos com a divulgação de um vídeo pelo deputado Zucco que informava ser nossa instituição uma possível escola a implantar o projeto. Nossa surpresa se deu pelo fato de que a filmagem foi feita sem nossa anuência e a imagem dos professores está sendo usada sem prévia liberação. A partir daí, fomos atropelados por divulgações midiáticas que distorceram os fatos”, dizem os diretores.
Os educadores confirmam que houve reunião com o parlamentar, uma vereadora e a equipe da prefeitura para tratar do tema. Entretanto, asseguram que nesta reunião não foram dadas as devidas informações por parte do governo e reforçam que disseram aos presentes que não seria possível tomar nenhuma decisão sobre aderir ou não ao projeto sem consultar o conjunto da comunidade escolar.
“Reafirmamos aqui que não aderimos à nenhuma implantação e esperamos poder continuar nosso trabalho respeitando os princípios democráticos vigentes e tão característicos da nossa rede municipal de ensino”, encerra a nota.
Confira abaixo a nota da escola na íntegra: