A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) visitou os protetores de animais Carlos Bitencourt e Eliane Ávila, que resgatam e abrigam dezenas de cachorros e gatos. Atualmente, a partir do projeto PAS – Proteger, Amar e Sensibilizar, eles são responsáveis por cerca de 170 cachorros e 30 gatos em sua casa, que fica num sítio de 1,5 hectare no bairro Lami, na Zona Sul de Porto Alegre.
Embora encaminhem os animais para doação, os protetores explicam que a demanda de resgates é muito maior do que a de adotantes, a qual também tem um perfil específico. “Quando a gente anuncia, tem pessoas que querem adotar, mas as adoções não dão conta, e a maioria quer porte P ou PP”, explica Carlos. “Esses dias o Carlos resgatou uma cadela idosa, com problemas nos dentes… Quem adota? Não tem”, completa Eliane. Dentre os animais, há ainda pelo menos três com deficiência nas patas traseiras e uma cega.
Carlos concorreu à Câmara de Vereadores pelo PSOL e pretende seguir na política para lutar pela causa animal, dentro de um partido que segue os princípios em que ele acredita. “Existem representantes da causa animal na política, mas que não me representam. E como a causa animal vive de doação, quando a gente se posiciona politicamente, perdemos apoio. Muita gente fica sem se posicionar por causa disso”, menciona Carlos.
Mas, para ele, é preciso que haja pessoas comprometidas com a causa fazendo política, por isso decidiu se candidatar. “Eu queria um partido que eu também me identifique. E o único que eu me identifico com as pessoas, principalmente por ti, é o PSOL”, disse para Luciana.
A deputada, que é autora da lei que proíbe fogos de artifício, pensando no bem-estar dos cachorros, disponibilizou-se para auxiliar o PAS em diversas frentes. “Eu sempre fui apaixonada por animais, já tivemos oito lá em casa. E sempre quis que o PSOL também tivesse um posicionamento nesse sentido, inclusive incluindo a pauta em minhas campanhas”, colocou Luciana.
O casal, que está junto há 18 anos e há 15 se dedica a cuidar de animais abandonados e vítimas de maus tratos, relatou também ter dificuldades para cobrir os custos com ração – são R$ 170 por dia, pelo menos – e das castrações que realizam. “Podemos divulgar para as pessoas apadrinharem o projeto doando para as rações, assim como as campanhas de castração”, ofereceu Luciana.
Carlos lembrou que o prefeito Nelson Marchezan extinguiu a Secretaria Estadual dos Direitos Animais, que agora é uma pasta dentro da Secretaria de Saúde, mas com poucos recursos. Técnico de enfermagem e servidor do Grupo Hospitalar Conceição, ele divide seu tempo entre o trabalho e o cuidado com os animais, mas afirma que a maior parte de sua dedicação é direcionada a eles. “Vou sempre priorizar eles, à minha alimentação, à minha vestimenta, à minha saúde. Eles são prioridade”, afirmou Carlos, que conhece todos os cachorros pelos nomes e conta de cabeça as histórias de quando os resgatou.
Luciana colocou o seu mandato, assim como o de Roberto Robaina, reeleito recentemente para a Câmara Municipal, à disposição dos protetores, com a ideia de seguir construindo politicamente com Carlos e ajudando o PAS com recursos financeiros, divulgação e estrutura.