Foto: Reprodução / ALRS | Agência ALRS
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Médicos epidemiologistas do Rio Grande do Sul têm criticado a estratégia de “distanciamento controlado” adotada pelo governo estadual, que flexibiliza a quarentena em todo o território. Em nota, a Sociedade Riograndense de Infectologia disse que “a redução do isolamento não deve ser adotada na fase de aceleração da epidemia e antes do seu pico”.

Nesta quarta-feira, dia 3, o médico Armando Negri Filho, especialista em Medicina de Emergências e mestre em Epidemiologia, foi ouvido pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, onde manifestou preocupação com o cenário da pandemia no Estado e criticou as decisões do governo Eduardo Leite.

Assista abaixo à integra da reunião virtual da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos do dia 3 de junho:👇

“Não há consenso no meio universitário e científico sobre as medidas adotadas no Estado. Estamos flexibilizando em pleno aumento do número de hospitalizações e mortes. Começamos a regredir no isolamento sem ter redução do número de casos”, observou Negri.

A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) questionou o especialista a respeito do modelo de distanciamento controlado. Para ela, trata-se de uma fórmula matemática sujeita à decisão política do governo de reduzir o isolamento devido às pressões econômicas pela retomada das atividades. “O governo fez uma escolha que não leva em conta critérios exclusivamente sanitários e de preservação da vida, mas fundamentalmente aspectos econômicos”, ponderou.

Armando Negri Filho complementou dizendo que o distanciamento controlado foi um mecanismo criado pelo governo para “encontrar argumentos para fazer a flexibilização devido às pressões econômicas”, ignorando inclusive as recomendações do Conselho Estadual de Saúde.

O epidemiologista entende que a Secretaria Estadual de Saúde tem um papel menor na definição das estratégias de enfrentamento ao coronavírus no Estado, centralizadas pela Secretaria de Planejamento. “Isso simboliza onde está a centralidade do raciocínio”, apontou.

Confira abaixo a nota divulgada pela Sociedade Riograndense de Infectologia:👇