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O motorista de aplicativo Denner Alexander Melo John fez uma denúncia de racismo na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra.

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Denner contou ter sido abordado na última quarta-feira (13/11) pela Brigada Militar na Rua 4 de outubro, no bairro Passo das Pedras. Ele foi injustamente abordado, imobilizado e ameaçado por brigadianos que investigavam uma falsa posse de drogas. O caso aconteceu em intervalo de almoço da função de cobrador em uma empresa de ônibus que Denner exerce durante o dia. Ele havia se deslocado até o local no seu carro, para um encontro familiar.

Lá, foi realizada a abordagem que, desde o início, teve conotação racista. Um dos policiais teria dito: “um negrão num carro desses só pode ser roubado”. Mesmo com a documentação do carro em dia e sem registros policiais, Denner teve o celular apreendido e foi conduzido algemado à delegacia porque se recusou a assinar o termo circunstanciado onde constava que a abordagem aconteceu por posse de droga.

Outros motoristas de aplicativos que tentaram auxiliar e defender Denner das acusações infundadas estão sendo perseguidos e ameaçados e também fizeram suas denúncias na comissão. Eles protestaram também no 20º Batalhão de Polícia Militar, comando responsável pelo policiamento no local da abordagem a Denner.

Um amigo de Denner, que foi levado até a delegacia, também foi algemado, mesmo sendo só testemunha. Segundo a denúncia, ao invés de levarem o carro de Denner por meio de um guincho, os PMs dirigiram o veículo.

Denner foi preso e encaminhado ao Presídio Central, onde ficou da meia-noite até as 16h do dia 14/11. Até a quarta-feira (20/11), o carro de Denner continuava apreendido e ele está impedido de trabalhar à noite por ordem judicial.

A deputada Luciana Genro (PSOL) falou sobre o racismo estrutural nas instituições e corporações e da importância da denúncia e da luta antirracista.

“Vamos solicitar providências urgentes ao comando-geral da Brigada Militar para exigir a reparação deste caso. A postura abusiva e racista de alguns policiais não pode ser acobertada pela instituição”, garantiu a deputada.

A deputada relembrou também o racismo praticado pelo deputado Coronel Tadeu, do PSL, na terça-feira (20/11) na Câmara dos Deputados ao quebrar o painel que retratava “O genocídio da população negra” da exposição “Trajetórias Negras”.