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A sala da coordenação do Centro Estadual de Referência da Mulher Vânia Araújo Machado, em Porto Alegre, está completamente vazia desde março. O cargo de coordenadora do Centro tampouco está ocupado. As estatísticas de violência contra a mulher do mês de agosto estão zeradas pela falta de funcionamento do telefone 0800 da Rede Lilás.

Além disso, a falta de servidoras, extintores vencidos e a retirada do veículo e do motorista oficiais do Centro são parte da realidade do espaço, visitado pela deputada estadual Luciana Genro (PSOL) nesta terça (10/09). O Centro é a estrutura pública vinculada ao governo do Estado responsável por acolher as mulheres vítimas de violência, estabelecer vínculos com a rede de atendimento, receber e encaminhar denúncias no RS. Em 2013, quando foi transferido para o endereço atual, na Travessa Tuiuty, o Centro chegou a ter 15 funcionários. Hoje, são apenas duas assistentes sociais, uma advogada e nenhuma psicóloga.

Sala da coordenação foi utilizada para exposição e está vazia desde março | Foto: Juliana Almeida

“Sartori extinguiu a Secretaria de Mulheres, e a transformou em um departamento. Já era ruim, mas a situação está ainda pior no governo de Eduardo Leite, que não nomeou nenhuma diretora para o departamento. Nós estamos em setembro, quase no final do ano, e o departamento está acéfalo. Não é possível que o Estado não tenha uma política de combate aos feminicídios. Nós tivemos um aumento de 40% dos feminicídios no RS, uma alta dez vezes maior que o número desses crimes no Brasil. Isso é a prova do que a falta de políticas para prevenção pode ocasionar no Estado”, destacou a deputada Luciana Genro em seu pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa nesta terça (veja no vídeo abaixo).

Nesta quarta-feira (11/09), a deputada presidirá,  na Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia,  a audiência pública sobre a situação da rede de acolhimento a mulheres vítimas de violência. Na audiência sobre a prevenção da violência contra a mulher, realizada na última quarta (04/09) a deputada denunciou pessoalmente ao secretário Catarina Paladini a falta de funcionamento do telefone 0800. O telefone foi religado no dia seguinte à denúncia.

Luciana Genro é procuradora-adjunta da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa e visitou o Centro de Referência acompanhada da assessora Carla Zanella, do seu gabinete, e das assessoras Izabel Belloc Moreira e Josiane Machado, da Procuradoria, cuja titular é a deputada Kelly Moraes (PTB). A deputada foi recebida pelas assistentes sociais Cecília Oliveira e Claudia T. Victolla e pela advogada Carolina Rodrigues (foto abaixo).