A Comissão de Educação promoveu, na última quinta-feira (27/06), uma audiência pública sobre a situação do campus central da UERGS, em Porto Alegre. O encontro foi solicitado pela Associação dos Docentes da Universidade (Aduergs), pela ameaça da venda da área onde está o campus pertencer a CEEE, uma das estatais na lista de privatizações do governo estadual.
A deputada Luciana Genro, do PSOL, e titular da comissão, participou da atividade. A parlamentar destacou que a luta pelo fortalecimento da UERGS é uma garantia da valorização da universidade, o que não vem acontecendo pelo governo do Estado. Luciana Genro relembrou também da visita ao seu gabinete do professor Marco Aurélio Torres Rodrigues, do campus de Santana do Livramento, que relatou que os alunos do curso de Agronomia não tem nem enxada para as atividades práticas do curso.
“Acredito que vocês estão em uma situação dramática ao verem o campus que vocês cuidam com tanto carinho possa ser vendido. É preciso organizar novamente a mobilização, a exemplo dos protestos de 30 de maio e da greve geral de 14 de junho, onde a força social e política da juventude foi mostrada. É preciso fazer com as decisões políticas sejam tomadas de acordo com os interesses de vocês, estudantes e juventude”, incentivou Luciana.
A UERGS tem quase 6,2 mil alunos espalhados em campi de 24 municípios do RS.
“Se não fosse a UERGS, muitas famílias não teriam a oportunidade de cursar uma universidade. Nós desenvolvemos um trabalho com precárias condições de infraestrutura, nem laboratórios nós temos, precisar levar os alunos para a Liberato Salzano para ter aulas mas com uma riqueza muito grande de produção de conhecimento”, explicou a vice-reitora Sandra Monteiro Lemes, recordando a negociação ainda inconclusa sobre a utilização, pelos alunos da UERGS, dos equipamentos dos laboratórios da extinta CIENTEC – Fundação de Ciência e Tecnologia, visitada pela deputada Luciana Genro na quarta-feira (26/06).
A representante do Centro Acadêmico de Letras, Lindseiara de Oliveira Peres, destacou que o campus central funciona como um suporte para todos os cursos da UERGS e solicitou apoio para a divulgação das atividades dos estudantes.
“A demora e essas ameaças de indefinição de sede prejudicam o funcionamento do campus. Nós queremos mostrar o que produzimos aqui. Fizemos um fórum de professores em que foram apresentados projetos dos cursos de automação e letras como o de um armário para a preservação de livros raros, por exemplo”, complementou a diretora regional da UERGS, Adriana Leal Abreu
Como encaminhamento foi definido o desenvolvimento de uma proposta para conquistar a sede definitiva da UERGS e definir a autonomia financeira da universidade numa parceria entre a Comissão de Educação, a Frente Parlamentar em Defesa da UERGS e comunidade universitária e governo do estado.
A audiência foi presidida pela deputada Sofia Cavedon (PT) e contou ainda com a presença do secretário adjunto da Ciência, Tecnologia e Inovação, Fernando Mattos, do vice-presidente da Aduergs, Paulo Vargas Groff; e do representante da Assuergs, Sandro Donadel Moscardini.