Por Luciana Genro
Uma pesquisa da Brigada Militar demonstra que o número de suicídios de policiais militares no Rio Grande do Sul supera em quatro vezes a média nacional. 49 brigadianos tiraram a própria vida entre 2005 e 2014.
Esta tragédia está diretamente ligada à verdadeira guerra que os policiais enfrentam nas ruas. Bem como às péssimas condições de trabalho, com coletes à prova de bala nem sempre eficientes, batalhões sem estrutura, viaturas precárias e salários baixos.
Mas além disso, os serviços de atendimento psicológico e médico aos brigadianos não dão conta da demanda. Depois de enfrentar situações extremamente estressantes e dramáticas, os policiais têm que seguir trabalhando e muitas vezes sequer recebem atendimento psicológico.
Por isso eu apresentei o projeto 40/2019, que institui o Programa de Segurança e Saúde no Trabalho dos Agentes de Segurança Pública. O artigo 8º do PL prevê uma série de cuidados com a saúde dos policiais, como o acesso a tratamentos psicológicos, o enfrentamento à depressão e a criação de programas de prevenção ao suicídio.
Não existe segurança pública de qualidade sem valorização dos policiais civis e militares. O Estado precisa investir na saúde e no cuidado destes profissionais que lidam diariamente com situações de vida ou morte.