Escolas abertas, professores em greve no IPA e fechamento da escola Alberto Bins pautaram a segunda reunião da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, da qual a deputada estadual Luciana Genro é uma das titulares. A reunião aconteceu nesta terça-feira (26/02) na Sala Prof. Salzano Vieira da Cunha, no Parlamento gaúcho.
Foram explicitadas as situações das escolas abertas – que desde os anos 1980 recebem alunos ao longo do ano, sem férias e principalmente estudantes em situação de vulnerabilidade social encaminhados via Ministério Público e Conselho Tutelar.
O diretor da Escola de Ensino Fundamental Ayrton Senna, Adroaldo Ramos, fez um pedido para que a escola receba mais investimentos e ganhe a atenção do poder público porque a escola é um dos únicos espaços que acolhem, alimentam e estão sempre à disposição da população. Outra escola aberta debatida foi a Vila Cruzeiro do Sul, onde há um impasse com relação ao prédio ocupado pelo colégio.
— A comunidade escolar está mobilizada porque está sentindo sua escola ameaçada e nós aguardamos uma resposta do Estado para tranquiliza-la por essa movimentação do Estado que parece em querer fechá-las. Nós queremos o fortalecimento e a manutenção dessas escolas — destacou a deputada Luciana Genro, cobrando também uma abertura de diálogo com relação ao calendário escolar que não permite atividades letivas aos sábados, um dos únicos dias em que os pais e responsáveis dos estudantes podem estar pessoalmente na escola.
Fechamento da escola Alberto Bins
Outra situação debatida foi o fechamento da Escola Alberto Bins, que atendia a comunidade da região da Cruzeiro e foi forçada a encerrar suas atividades desenvolvidas ao longo de 50 anos ainda no governo de Sartori. Bruna Rodrigues e Adélia Maciel, representantes da comunidade, apresentaram a situação dos alunos, remanejados para escolas que não conseguem atendê-los satisfatoriamente e também sobre o impasse a quem pertence o prédio, sem uso desde o fechamento da escola.
A diretora Ivana Genrro, representante da Secretaria Estadual de Educação, esteve presente na reunião e foi cobrada a trazer respostas para a situação das duas escolas abertas, além do encaminhamento para saber em qual situação se encontra o prédio da escola Alberto Bins.
Professores em greve no IPA
Outro ponto debatido na reunião foram os atrasos de salários, de 13º e de férias dos professores do IPA – Centro Universitário Metodista, de Porto Alegre. A realidade está afetando os docentes há pelo menos dois anos e foi apresentada aos deputados pelo diretor do Sinpro/RS, Marcos Fuhr, pelo professor César Filomena e pelo universitário Evander Cordeiro.
Leia o manifesto dos professores do IPA
Fuhr destacou que não foram abertas turmas de primeiro semestre em 18 cursos e os dois mestrados oferecidos pela instituição também foram encerrados. Além disso, foram cortadas as atividades de extensão voltadas à comunidade como o programa para desporto para pessoas com deficiência e a clínica integrada de atendimento na área da saúde.
Os professores entregaram ainda um manifesto aos deputados presentes na reunião, onde denunciam a gestão temerária do IPA, a falta de diálogo e comprometimento dos gestores com os professores e com as especificidades do IPA e do ensino no Rio Grande do Sul.
A deputada estadual Luciana Genro manifestou seu apoio aos professores que estão em greve desde a semana passada, bem como aos universitários que se posicionam ao lado dos docentes nesta luta. Por meio da comissão, será solicitada uma audiência pública para que a direção do IPA manifeste-se sobre os atrasos salariais e o fechamento de turmas e cursos. O IPA faz parte da história do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre e é inaceitável que trate seus professores e alunos desta forma!