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| Opinião | Porto Alegre | Transfobia

Mais do que visibilidade, seremos resistência!

Por Natasha De Ferreira

Eu sou o garoto que nunca foi feliz. Eu sou o aluno que escutou todos os xingamentos, olhares atravessados, e não teve o direito de ser respeitado. Eu sou a adolescente que transicionou cedo, sozinha e perdida, sem ninguém para me aconselhar ou escutar. Eu sou a travesti da rua, do bairro, do partido. Batem, agridem, xingam, nos excluem do convívio social. Nos chamam de traveco, de piroco, mas ao mesmo tempo somos o fetiche dos tradicionais.

Eu sou a jovem que ingressou na política por compreender que toda a dor que eu senti, não era exclusivamente minha. E, apesar de toda a injustiça e perseguição, eu resolvi que resistiria.

Resisto porque um pedaço meu vai embora junto com cada evasão escolar, com cada expulsão de casa, com cada porta fechada para a população trans e travesti. Resisto porque sei as marcas que carregamos, as dores de sermos o que somos. Sei que outras gurias e guris precisam que eu resista neste espaço, para que eles sejam vistos e tenham perspectiva de vidas diferentes das que lhes foram impostas.

Hoje, mais do que nunca, é um dia de reflexão, de orgulho! Dia de resistir a condição a qual nos colocaram.

RESISTAM!

Depois que tudo isso passar, e os tempos mudarem, nós estaremos aqui, com nossos corpos incompreendidos, invisibilizados, sendo subversivos ao CIStema. Seremos resistência para sempre!

Orgulhe-se! TRANSforma tua indignação em resistência!

Apesar deles, amanhã há de ser outro dia