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| Eleição | feminismo | mulheres

Por Luciana Genro

Eu sei que não deveria estar dando atenção a este assunto. Mas não tenho sangue de barata. Tem certas coisas, por mais absurdas que sejam, que nos atingem de verdade. Hoje ouvi a música infeliz que um sujeito fez para exaltar Bolsonaro. Uma letra recheada de ódio, que entre outras coisas, compara feministas com cadelas.

Essa música me cita pessoalmente. Também cita, sempre de forma depreciativa, as deputadas Maria do Rosário e Jandira Feghali e o deputado Jean Wyllys. Minha primeira reação ao ouvir estas bobagens foi raiva. Depois veio uma profunda tristeza. Olha a situação da nossa sociedade… Tem muita gente que se diverte com este tipo de coisa. Mas refletindo mais profundamente, o que prevaleceu foi um certo orgulho. Se estou sendo citada por estas pessoas, significa que de alguma forma reconhecem em mim alguém que representa o oposto do que defendem.

Eu tenho orgulho de estar do lado oposto a esta turma nazi-fascista. Tenho muito orgulho de ser feminista. Tenho muito orgulho de dizer que nenhuma mulher merece ser estuprada. Tenho muito orgulho de defender igualdade salarial entre homens e mulheres. Enquanto o “mito” deles diz que o Estado não deve se meter neste assunto, eu tenho muito orgulho de ter apresentado um projeto que cria mecanismos de fiscalização e punição a empresas que pagam salários inferiores a mulheres nas mesmas funções que homens. Tenho muito orgulho de ser uma mulher que luta por um projeto de transformação social, econômica e política para o país. Por uma sociedade mais justa.

O desespero de um país em pedaços leva muita gente a dar ouvidos a este tipo de mensagem, a encontrar conforto e abrigo em sentimentos tão podres. Compreender melhor esse processo e lutar para revertê-lo é nossa tarefa imediata. E derrotá-lo nas urnas não é apenas uma questão de conveniência eleitoral, mas de sobrevivência para mulheres, para a população negra, para a comunidade LGBT e para a classe trabalhadora.

Eu estou comprometida com essa luta!
Vamos tomar as ruas no dia 29! #EleNão