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Ocupar espaços, como o da política, e construir resistência contra ideias de ódio e discriminação das mulheres, das LGBTs e das negras e negras foram os principais temas abordados no evento Feminismo em debate, promovido pela Emancipa Mulher na última quinta-feira (13/09) em Ijuí. O auditório lotou e pelo menos 70 pessoas participaram da atividade.

Luciana Genro, presidente da Emancipa, ONG de educação popular e fundadora da Emancipa Mulher, escola de formação feminista e antirracista, liderou o debate, que teve a participação de uma das coordenadoras da Emancipa Mulher, Carlinha Zanella, da vereadora Fernanda Melchionna, a parlamentar mais votada na Câmara de Vereadores de Porto Alegre na última eleição e da psicóloga e mestranda em Direitos Humanos, Ana Claudia Delajustine.

Luciana abriu o debate falando sobre os números de violência conta a mulher – o Brasil registra, por dia, 600 casos de violência contra mulher – e sobre a história da Emancipa Mulher, fundada para fortalecer a emancipação e o empoderamento das mulheres na luta contra essas violências.

– O caminho de combate ao machismo começa pelas mulheres, por isso fundei a escola. Porque o sistema cega quem é beneficiado pelo machismo e pelo racismo e é preciso conscientizar para mudar essa realidade – destacou Luciana.

A escola funciona por meio do curso Laudelina Campos Melo, ministrado em Porto Alegre, e com debates itinerantes como o ocorrido em Ijuí. Neste ano, os eventos já aconteceram em Santa Maria, Canoas, Novo Hamburgo, Erechim, Passo Fundo, Pelotas, Bagé e Imbé.

– É importante que esse debate seja feito na nossa cidade, porque sabemos do conservadorismo do Estado e do interior. O feminismo é muito importante porque auxilia nesse combate e também na saúde mental da mulher para enfrentar outros tipos de violências – destacou a psicóloga Ana Claudia Delajustine, a convidada local do evento.

Carlinha Zanella, uma das coordenadoras da Emancipa Mulher, falou sobre as mulheres negras e relembrou que nesta sexta-feira (14/08) completam-se seis meses da morte de Marielle Franco, vereadora do PSOL no Rio de Janeiro.

– Quando uma mulher negra, lésbica e da periferia como a Marielle ocupa o poder, a pirâmide se inverte. Marielle é uma semente para que sigamos lutando por ocupar a política com mulheres negras, para que não decidam mais sobre a gente sem a gente estar lá.

– Quando a gente chuta o pilar do patriarcado, as estruturas se movem. Sabemos que a política precisa ser ocupada por mais gente de calça jeans, de tênis, por mais jovens e mulheres que debatam pautas reais da vida das pessoas – finalizou Fernanda Melchionna.