Luciana Genro, advogada, dirigente do PSOL e uma das principais lideranças do partido lançou, neste sábado (28/07), sua pré-candidatura a deputada estadual no RS. Com uma reconhecida trajetória de lutas por uma sociedade mais justa, Luciana reuniu mais de 300 pessoas, entre militantes, lideranças de causas populares, amigos e apoiadores no hotel Everest, em Porto Alegre, para anunciar seu desejo de retornar à Assembleia Legislativa. O evento contou com as presenças de Sônia Guajajara, primeira indígena a compor uma chapa presidencial na história do país, e Mônica Benício, a companheira de vida de Marielle Franco.
O lançamento da pré-candidatura contou com a representatividade e com a força das lutadoras e lutadores pelos direitos das mulheres, dos trabalhadores da saúde e da educação, dos municipários, dos servidores públicos estaduais, da população LGBT e dos moradores das ocupações urbanas, de comunidades como a Restinga, o Belém Velho, a Santa Marta, entre outros, e de cidades como Cachoeira do Sul, Charqueadas e Alvorada. Além de Sônia, Mônica e dos pré-candidatos a deputado federal e outros representantes e lideranças do PSOL, Luciana foi acompanhada na mesa por Camila Goulart, pré-candidata a vice-governadora na chapa com Roberto Robaina, e Cris Machado, coordenadora da Casa Emancipa Restinga.
Cilas Machado, representante do Juntos Negros e Negras, abriu o evento relembrando da representatividade política e revolucionária do PSOL, apoiando candidaturas negras, LGBTs e da população periférica. Camila relembrou que Luciana escolheu desde muito jovem atuar na política ao lado dos trabalhadores, com firmeza para enfrentar o governo que fosse para defender os direitos dos trabalhadores. Cris destacou que Luciana foi uma inspiração e um fortalecimento para que ela se reconhecesse como mulher negra, além de ser ter sido sempre uma deputada correta e digna.
Roberto Robaina, pré-candidato a governador do RS pelo PSOL, relembrou que, desde que conhece Luciana, há pelo menos 30 anos, reconhece que a luta dela é a mesma: a luta por um mundo mais justo, com oportunidades igualitárias.
– Luciana tem uma causa para trabalhar na política e não uma carreira – frisou Robaina.
As pré-candidatas a deputada federal Carla Zanella, professora, cientista social, mulher negra e da periferia, Priscila Vaz, metalúrgica e do coletivo Mutirão Cultural, de Charqueadas, leram um manifesto em homenagem a Marielle Franco. Em seguida, a companheira de Marielle, Mônica Benício, falou, emocionada, após ser saudada pelo auditório de pé e embalada por “Marielle, vive, Marielle viverá, mulheres negras não param de lutar”.
Além de participar do lançamento, Mônica esteve em Porto Alegre para debater sobre a morte de ativistas dos direitos humanos e integrar uma marcha na Capital que marcou o aniversário de Marielle, na sexta (27/07), quando completaria 39 anos.
– A gente precisa seguir fazendo políticas com afeto, como a Marielle fazia. Recebo muita solidariedade e vejo que ainda é possível sonhar ombro a ombro. Candidaturas como a da Luciana mostram o tipo de política que eu acredito, quando é possível reverter a política da forma que eles que estão no poder fazem.
Em sua fala, Luciana destacou que é preciso continuar lutando por tudo que Marielle representou, por uma qualidade de educação para que as pessoas se empoderem e ocupem a política e pelo fortalecimento do PSOL como linha de frente do processo de reorganização da esquerda brasileira.
– Tenho uma responsabilidade enorme se o povo me der a honra de ocupar novamente a Assembleia Legislativa. Temos a oportunidade de reconstruir uma nova esquerda, que prove que a vida da Marielle não tenha sido em vão, assim como a de todas as mulheres negras lutadoras e de quem tombou antes dela. Precisamos continuar fazendo o que a Marielle vinha fazendo, fazer prevalecer o que ela defendia. Enfrentamos um sistema político desenhado para manter tudo igual: que negros e negras sejam subjugados, as LGBTs inferiorizadas, as mulheres subalternizadas e classe trabalhadora explorada. Nós sabemos o quanto vai ser difícil, mas nosso sonho de fazer a revolução é uma utopia concreta, por que está latente, ainda não se realizou, mas pode se realizar. Nós podemos derrotar o machismo, a LGBTfobia, o racismo, a exploração, essa democracia de mentira e construir um país de verdade para o nosso povo.
Sonia Guajajara encerrou sob forte aplauso o lançamento, destacando que o PSOL vai estar mais forte nestas eleições, apostando na garra dos militantes e nas propostas de enfrentamento à lógica do sistema que só massacra os que estão abaixo dos poderosos.
– Com muito orgulho estou do lado certo, de uma renovação para uma nova política, para denunciar esse genocídio que mata os povos indígenas e a população negra. Vamos continuar exigindo Justiça por Marielle, continuar conquistando lugares de fala historicamente negados e continuar defendendo a mãe terra, para que os recursos naturais não sejam mais explorados para desenvolver o capitalismo. Vamos ocupar o Congresso Nacional e a presidência junto com o povo. Juntos, a gente pode mudar o Brasil.