Reafirmo o que já disse em duas outras ocasiões em que este assunto veio à tona. Meu mandato tinha uma regra: utilizar as passagens para fazer política e apoiar lutas, como a luta contra a corrupção. Assim como apoio hoje a luta dos procuradores e juízes que estão investigando a corrupção no âmbito de processos como os da Lava-Jato. Na época fui “acusada” de usar a cota para pagar passagens ao delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que estava sendo perseguido por enfrentar corruptos.
Em novembro de 2008, Protógenes veio ao Rio Grande do Sul para participar de uma série de atividades e palestras contra a corrupção no país, na condição de líder das investigações que resultaram na Operação Satiagraha – que apurou o desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro e resultou na prisão de banqueiros e investidores, como Daniel Dantas. Hoje, felizmente estamos vendo vários grandes empresários presos. Na época era bem mais dura a luta e Protógenes até hoje é perseguido.
Aguardarei com tranquilidade a decisão do juiz, se ele aceitará a denúncia ou não, e também o acesso aos argumentos do MPF para me denunciar por usar passagens aéreas de forma absolutamente legal na época. Uso que fiz de forma totalmente condizente com as necessidades políticas do meu mandato. O MPF faz o seu trabalho oferecendo a denúncia, o juiz deverá fazer o dele, aceitando ou não a denúncia, e eu farei o meu, demonstrando a legalidade e moralidade da minha conduta.
Luciana Genro