Por Luciana Genro
Conheci o Paulo Sant’Ana mais de perto em 2008, quando fui pela primeira vez candidata a prefeita. Ele havia revelado, em uma das suas colunas na ZH, que seu “coração balançava” entre as três mulheres que disputavam o pleito.
Fui à luta então para ganhar aquele voto. Telefonei, dizendo que queria ganhar o seu coração e ele me respondeu: “Com este telefonema, já ganhaste o meu coração. Agora ganhe a minha mente”. Então nos encontramos para um café. Ele era um homem do tempo antigo, daqueles que coloca as mulheres admiradas em um pedestal.
Paulo Sant’Ana contava histórias politicamente incorretas, fumava em locais proibidos. Tinha opiniões polêmicas. Agradava e desconcertava, sempre com elegância. Seu grande compromisso era consigo mesmo e com a RBS.
Não tinha medo de opinar sobre nada. Errava e acertava. E quando abraçava uma causa, abria espaço generoso na sua coluna.
Assim foi quando a Associação dos Funcionários do Grupo Hospitalar Conceição (ASERGHC) descobriu que uma superbactéria estava matando pacientes no Hospital Conceição. Procurada pela ASERGHC, recorri a ele para divulgar o assunto e sua coluna acabou pautando o jornalismo gaúcho daqueles dias.
Assim era o Paulo Sant’Ana que conheci. Apaixonado, gostava da vida. Viveu intensamente e deixou sua marca no jornalismo gaúcho. Uma figura sem igual.
Meus pêsames e meu abraço a toda sua família, amigos e colegas.