Brasília viveu um dia de fúria nesta quarta-feira, 24 de maio. Dezenas de milhares de pessoas foram à Capital do país protestar contra o governo de Michel Temer e exigir eleições diretas já!
O ato foi duramente reprimido pela Polícia Militar do Distrito Federal e pelo Exército. Luciana Genro, que estava marchando na coluna da Conlutas e do JUNTOS, foi uma das atingidas pelas bombas de gás lacrimogêneo, junto com os vereadores do PSOL de Porto Alegre Roberto Robaina e Fernanda Melchionna, do Rio de Janeiro David Miranda e de São Paulo Sâmia Bomfim. Centenas de militantes sofreram os efeitos dos gás lacrimogêneo, mas mesmo assim não desistiram de marchar até o Congresso Nacional.
A juventude do coletivo Juntos estava organizada em uma grande coluna com bandeiras e uma faixa com os dizeres: “Acabou Temer! Fora Congresso corrupto! Eleições Gerais Já”.
A manifestação terminou com um saldo de 49 feridos e sete presos. Um manifestante perdeu a mão e outro foi atingido por munição letal pela polícia. “Somente assim, por meio da repressão, é que este governo ilegítimo e corrupto pode se manter no poder. Vamos seguir nas ruas lutando contra as reformas neoliberais e por eleições gerais já”, disse Luciana Genro.
A manifestação teve concentração durante a parte da manhã no Estádio Mané Garrincha, reunindo centenas de coletivos políticos, ativistas da juventude e trabalhadores, além de representações sindicais. O grupo saiu em marcha até a Esplanada dos Ministérios, onde começou a ser reprimida pela Polícia Militar.
Em um ato inédito no Brasil após a redemocratização, o presidente Michel Temer decretou a presença das Forças Armadas para reprimir os manifestantes. Ao mesmo tempo, o PSOL protocolou um projeto de decreto legislativo para anular a decisão de Temer. “Quando um governo não tem apoio apela para a polícia. Quando chega a apelar para as Forças Armadas é por que já está em queda livre”, afirmou Luciana Genro. No dia seguinte, quinta-feira, o presidente voltou atrás e revogou seu decreto.
A manifestação desta quarta, chamada de #OcupaBrasília, vem no rastro das mobilizações crescentes contra o governo desde que foi revelado pela Operação Lava Jato que Michel Temer autorizou o pagamento de propina para comprar o silêncio de Eduardo Cunha e foi conivente com a compra de juizes e procuradores da República. Por isso, o presidente é investigado no Supremo Tribunal Federal por corrupção e tentativa de obstrução da Justiça.
O ato ainda trouxe em sua pauta de reivindicaçôes a luta contra as reformas neoliberais do governo, como a reforma trabalhista e a reforma da Previdência.