Dezenas de ativistas do movimento hip-hop da Zona Norte de Porto Alegre reuniram-se com Luciana Genro e o candidato a vereador Cleusi Coelho no anoitecer desta sexta-feira (16/09) para ouvir as propostas da candidata e manifestar apoio. O grupo foi mobilizado pelo rapper Tiry, músico do bairro Rubem Berta que tem forte atuação com o artistas da região e com o projeto “Cohab é só rap”.
No encontro, eles trouxeram sugestões de como os elementos da cultura hip-hop podem ser utilizados pelo governo na prevenção da criminalidade e na criação de alternativas aos jovens da periferia com atividades culturais e artísticas que ofereçam novas perspectivas. “É uma satisfação germinar esse protagonismo no PSOL. Muita gente do próprio movimento não percebe a importância de participar e se engajar. Temos PIB de 80 mil trabalhadores no Rubem Berta que não retorna em serviços básicos. “, afirmou Tiry.
Entre as demandas apresentadas, está o aumento do orçamento para a cultura e um olhar mais específico para atividades culturais descentralizadas e com identidade com o público da periferia. Pediram apoio para medidas simples, como infraestrutura de som para shows e atividades e parceria da prefeitura para incentivar os eventos. “Políticos tradicionais chegam no bairro e nos fazem sentir um rei. Passa a eleição, chegamos no gabinete depois e nem nos conhecem”, afirmou Cleusi. Já uma rapper lamentou que jovens talentos sejam desperdiçados pela falta de incentivo. “Vemos muitos artistas com capacidade para seguir adiante mas que não recebem atenção devida e apoio para prosperar, gerando uma frustração muito grande”.
Luciana Genro lembrou que o programa de governo do PSOL prevê a parceria e o incentivo ao hip-hop como alternativa aos jovens e assegurou que levará adiante o compromisso firmado no documento, como a descentralização das verbas culturais e editais pars apoiar de todas as formas projetos, com oficinas de vídeo, fotografia e gravação de CDs. “O hip hop é parte desta mudança que queremos fazer na cidade, porque hoje está à margem do poder e é visto com desconfiança e preconceito, o mesmo preconceito que a sociedade e o poder olham para os negros e a juventude da periferia. Queremos mudar essa realidade”, afirmou Luciana.
A candidata ainda afirmou que a prefeitura pode ser um instrumento potente para ajudar a juventude a ser protagonista das mudanças. “Queremos congregar essa juventude combativa que não se sente representadas pela politica tradicional. Fortalecer o hip hop é empoderar essa juventude e abrir portas, ganhar protagonismo na cidade inteira e não apenas na periferia”, pontuou.