Por Luciana Genro
No sábado fui assistir ao filme As Sufragistas. O cinema estava lotado de mulheres, muitas jovens, e no final todas bateram palmas. Um sintoma muito claro do avanço das pautas feministas e da força que as mulheres ganharam nos últimos anos. O filme é muito bom. Não se propõe a ser um filme documentário sobre a luta pelo voto das mulheres, mas sim a mostrar como elas viviam naquela época, como trabalhavam mais que os homens e ganhavam menos, como eram assediadas no trabalho e desrespeitadas na sociedade. Também mostra o drama íntimo de uma delas, que evolui ao longo do filme como militante da causa e os sacrifícios que ela tem que fazer para seguir o lema “Nunca se renda”.
Tudo isso ainda é muito verdadeiro na atualidade, embora em escala muito diferente pois vencemos muitas batalhas e avançamos muito. No final chama a atenção como faz pouco tempo que conquistamos o voto em vários países, inclusive no Brasil, e como ainda há outros países que impedem as mulheres de votar.
De tantas frases belas e inspiradoras ditas no filme uma ficou gravada na minha memória: “I’d rather be a rebel than a slave” – Prefiro ser uma rebelde do que uma escrava! Sei que a frase causou polêmica, mas não considero ela desrespeitosa com as mulheres negras que foram escravizadas pois elas não escolheram ser escravas, e a rebeldia marcou a luta contra a escravidão, protagonizada por homens e mulheres negras.