Luciana Genro na III Acampada Juntos! Sul
Luciana Genro na III Acampada Juntos! Sul

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Por Redação #Equipe50

Foto: Divulgação/PSOL

Luciana Genro participou de uma mesa de debates na III Acampada Juntos! Sul, em Viamão | Foto: Divulgação/PSOL

A candidata do PSOL à Presidência da República em 2014, Luciana Genro, esteve presente na manhã deste sábado (14/03) na III Acampada Juntos! Sul, na cidade gaúcha de Viamão. Ela participou do painel “Somos todos anticapitalistas: a luta por mais direitos no mundo”, com a presença do sociólogo e dirigente nacional do PSOL, Israel Dutra, da militante do Juntos!, Camila Goulart, e do representante do movimiento Luta e Liberdade, Nicolas Iranzo.

Em seu pronunciamento, Luciana Genro falou sobre a conjuntura política atual no país, marcada pelas manifestações a favor do governo Dilma, no dia 13, e por atos contrários e com viés conservador previstos para este domingo (15/03). Ela ressaltou que o PSOL não apoia nenhuma destas mobilizações, que são cooptadas, respectivamente, pelo aparato governista e pela direita reacionária. Contudo, frisou que uma parte da base social destes atos está, sim, em disputa. “A marcha do dia 13 em São Paulo foi muito além do que queriam os aparatos. Eles defendem o governo, mas foram obrigados a colocar as demandas dos trabalhadores na pauta. Já o dia 15 acabou sendo abraçado pela direita, mas sua base social está em disputa. Há uma necessidade de apresentarmos uma terceira via também neste campo das manifestações”, avaliou.

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Foi impressionante assistir ao depoimento do Eduardo Cunha na CPI da Petrobras, sendo defendido pelo PT e pelo PSDB” | Foto: Divulgação/PSOL

Para Luciana, há uma distância entre as lideranças destes movimentos – tanto os do dia 13, como os do dia 15 – e as bases que engrossam as marchas nas ruas. Por isso, é possível, através da apresentação de um programa, conquistar a adesão de setores de ambas as partes. “Precisamos disputar as duas bases sociais: do dia 13 e do dia 15. Até porque as suas direções representam o oposto do que elas querem”, pontuou.

Um dos pontos de união programática é o fim da política de ajuste fiscal, que sacrifica tanto os trabalhadores como a classe média, já que promove o aumento do custo de vida ao mesmo tempo em que não permite que se afrouxe a cobrança de impostos sobre a renda e o consumo e que se promova uma taxação das grandes fortunas e do sistema financeiro.

Enquanto houver capitalismo, haverá corrupção

Luciana Genro lembrou que PT e PSDB estão juntos na Operação Lava-Jato, que desbaratou um antigo sistema de corrupção envolvendo contratos da Petrobras com empreiteiras. E destacou que o PSOL é o único partido no Congresso Nacional que está fazendo oposição às conversas de comadres dos partidos do sistema.

“Foi impressionante assistir ao depoimento do Eduardo Cunha na CPI da Petrobras, sendo defendido pelo PT e pelo PSDB. Eles estão juntos no ajuste fiscal e na lógica de apropriação dos recursos públicos para fins privados”, criticou.

Luta contra as opressões

Luciana falou sobre a importância da luta contra as opressões para a esquerda anticapitalista. Na presença de Sofia Favero, autora da página Travesti Reflexiva, ela disse que a reação à luta pelos direitos da população LGBT só está crescendo porque as conquistas da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais têm sido muitas no último período.

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“Precisamos apresentar um programa anticapitalista a partir de bandeiras democráticas básicas” | Foto: Divulgação/PSOL

“O recrudescimento do preconceito é fruto dos enormes avanços da causa LGBT. Eu lembro que quando eu militava na juventude, era raro ver casais homossexuais nos espaços da esquerda. Hoje temos vários casais maravilhosos aqui”, refletiu, sendo aplaudida pelos jovens presentes.

Para Luciana, a luta dos LGBTs, das mulheres, dos negros e do movimento antiproibicionista em relação à maconha precisam se articular em um programa de caráter anticapitalista que defenda medidas democráticas que afrontam os interesses do capital, como o imposto sobre grandes fortunas e a auditoria da dívida pública. “Precisamos apresentar um programa anticapitalista a partir de bandeiras democráticas básicas”, resumiu.

Por fim, Luciana provocou a juventude de esquerda a continuar mobilizada, sem defender o governo Dilma/Levy, nem alimentar a oposição de direita. “A juventude tem essa clareza de que o futuro está para ser decidido, de que o futuro não está dado”, disse.