Por Luciana Genro
Em junho de 2013 centenas de milhares foram às ruas mostrando que o povo não iria mais se sujeitar de forma passiva às decisões de uma ordem desigual, corrupta e burguesa. Naquele momento a popularidade do governo desabou. Com a vitória de Dilma muitos acharam que tudo havia voltado ao normal, e que os acontecimentos de junho pouco ou nada haviam significado. Para nós, que fizemos parte destas lutas, estava evidente que o espírito de junho não havia desaparecido. Eles precisam de pesquisas para ver o que se passa no meio do povo.
Nós temos visto nas ruas, através dos protestos e greves que já ocorreram neste 2015. A despencada na popularidade da presidenta Dilma, que bateu em apenas 23% de bom e ótimo e 44% de ruim e péssimo é a prova de que junho deixou a marca da indignação. É uma resposta clara do povo às medidas de ajuste anunciadas e ao escândalo da Petrobrás. É também fruto da decepção de muitos que acreditaram que o que Dilma faria seria muito diferente do que Aécio faria caso eleito. Nós, porém, alertamos que era “o sujo falando do mal lavado” e que eles eram os “irmãos siameses”. A prova de que o PSDB também não tem nada a oferecer é a queda de popularidade de Alckmin, que mentiu descaradamente durante a campanha sobre a crise hídrica.
Mesmo assim, com tantas mentiras e distorções promovidas pelo poder econômico e pela grande mídia, nas eleições já se expressou, ainda que de forma incipiente, a busca pelo novo. A pior política não é uma fatalidade intransponível. Nisso estamos empenhados.