Thiago Aguiar*
Alexis Tsipras acaba de tomar posse como primeiro-ministro. A partir de agora, é quase como se a luta realmente começasse, revelando posições, trazendo desafios e abrindo uma nova situação. Tsipras tomou posse no Parlamento e agora, mais uma vez quebrando o protocolo, está num monumento aos mortos gregos que lutaram na resistência ao nazismo e na guerra civil nas guerrilhas comunistas contra a direita colaboracionista.
O peso simbólico é imenso. Durante a campanha, muitas vozes de direita diziam: “nós os derrotamos pelas armas, não podemos deixá-los ganhar pelo voto”. Também a lembrança da história revela o erro dos stalinistas do KKE. Se hoje há a presença indigesta dos nacionalistas de Gregos Independentes no gabinete parlamentar, isto também se deve, senão fundamentalmente, ao delírio sectário do partido comunista, que foi a linha auxiliar da Troika na eleição e se recusou a compor com Syriza. A quinta coluna do KKE justifica suas absurdas posições com “polêmicas” as mais diversas. Às vésperas da eleição, na sexta-feira, dizem os gregos que o editorial do jornal do PC criticava… a direção da Coreia do Norte por “reformistas”. Não é piada. É isto mesmo que você leu. Na antevéspera da eleição. Palavreado “de esquerda” para fugir de suas responsabilidades históricas. Já se declaram oposição ao novo governo. Não serão esquecidos.
*Thiago Aguiar é sociólogo, militante do PSOL e do Juntos, representou a Fundação Lauro Campos nas eleições da Grécia do de ontem