Por Luciana Genro
Para quem ainda tinha dúvidas, a equipe econômica anunciada por Dilma soterrou as expectativas de que o governo daria uma guinada à esquerda. Para quem acreditou no discurso do segundo turno, um verdadeiro estelionato eleitoral.
A indicação de Joaquim Levy para ministro da Fazenda é motivo de comemoração da Bovespa e dos agentes do mercado financeiro. Alto executivo do Bradesco, deixa o banco para assumir o comando da economia do Brasil.
Levy é pouco conhecido do grande público, mas tem longa trajetória como economista liberal, formado pela Universidade de Chicago e com anos de serviços prestados ao famigerado Fundo Monetário Internacional. Sua amizade com Armínio Fraga, conselheiro econômico de Aécio, está ancorada na afinidade de como conduzir a economia segundo os ditames do mercado.
Angariou prestígio no Ministério do Planejamento do governo FHC e acabou indicado para ser Secretário do Tesouro de Lula por Pedro Malan, o todo poderoso chefe da economia tucana e neoliberal dos anos 90. O novo ministro da Fazenda tem sido chamado de “Levy Mãos de Tesoura” pelos cortes nos investimentos, áreas sociais e o arrocho salarial que irá promover.
Espero que agora cesse a cantilena petista de que não se pode criticar o governo por que a direita quer dar um golpe. O PT deu um “golpe” nos seus eleitores e levou a direita, novamente, para o governo.