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Por Redação #Equipe50

Crédito: Divulgação PSOL

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Na manhã desta quarta-feira (01), a candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, foi sabatinada por leitores do jornal El País, com transmissão ao vivo na internet. Por cerca de uma hora, ela respondeu perguntas enviadas por internautas e esclareceu propostas como o aumento da tributação dos bancos. “As instituições financeiras têm carga tributária de 17%, enquanto a indústria tem carga tributária de 35%. Essa é uma das discrepâncias que precisam ser corrigidas para que o país possa garantir mais direitos sociais à população, aumentando a arrecadação de um setor da economia que atua com muita liberdade, responsável pela crise econômica que o mundo vive e que não gera emprego e riqueza”, afirmou a presidenciável.

Questionada sobre as declarações homofóbicas do candidato Levy Fidelix no último debate, Luciana lembrou que sempre tem pautado o tema da garantia de direitos para LGBTs e do combate ao preconceito ao longo de toda a campanha, ao contrário dos candidatos aliados a setores conservadores. “Quem silenciou durante toda a campanha sobre os direitos LGBTs foram a Dilma, a Marina e o Aécio. Pautei em todos os debates o tema LGBT, o combate à homofobia e à transfobia, o casamento civil igualitário e o programa Escola Sem Homofobia, que a Dilma cedeu aos seus acordos com os reacionários no Congresso Nacional. Marina cedeu os direitos LGBTs em menos de 24 horas e 4 tuítes do Malafaia. Aécio mal toca na questão. Não concordo com essa ideia de que silenciei. Se eu não tivesse levado esse tema aos debates, essa seria mais uma eleição que o tema seria desprezado”, explicou a candidata.

Veja algumas das respostas de Luciana sobre outros temas pautados pelos leitores:

Governabilidade e relação com o Congresso

“Tem várias medidas importantes que são prerrogativas da Presidência da República, como a política econômica e a auditoria da dívida pública. Sempre recordo o fato de que nenhuma presidente se elege com maioria no Congresso. A diferença é que os governos todos fazem da relação entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional um verdadeiro balcão de negócios. Foi o que o Fernando Henrique Cardoso fez com a famosa compra de votos para a emenda constitucional da reeleição e que o PT fez com o mensalão para aprovar a Reforma da Previdência. Não vamos governar com essa lógica, comprando parlamentares. Até porque os projetos aprovados através da corrupção são todos contra os interesses populares”.

“Vamos apresentar um conjunto de reformas ao país e pedir o apoio da população e da sociedade civil organizada. Assim como fizemos com nosso programa, vamos construir as grandes reformas necessárias com o apoio de entidades e movimentos. Vamos realizar esforços para que se traduza em votos no Congresso a vontade do povo, que foi às ruas em 2013 lutar por mais direitos. As passeatas de junho botaram medo nos políticos, que aprovaram até a cassação de mandatos parlamentares com voto aberto. Portanto, é necessário apresentar um novo modo de relação do governo com o Parlamento, em que o povo seja protagonista”, ponderou a presidenciável.

Violência e guerra às drogas

“O primeiro passo para resolver a violência é identificar sua causa. A maior parte dos crimes estão relacionados à desigualdade social, à pobreza e ao desemprego. Há uma relação direta entre o aumento da população carcerária masculina e o desemprego. Temos que mudar o paradigma de combate à violência. O modelo de “guerra às drogas” fracassou no mundo todo, como reconheceu a London School of Economics, em estudo recente. Essa estratégia apenas aumentou a violência, a corrupção e não diminuiu o consumo de drogas. Proponho a descriminalização e regulamentação do uso da maconha, como um primeiro passo na construção de um novo paradigma. Precisamos tirar a maconha da ilegalidade para que os usuários não tenham contato com os traficantes, que acabam oferecendo drogas mais lucrativas, como o crack por exemplo. Estudos comprovam que o efeito lesivo da maconha é semelhante ao de drogas lícitas como o álcool, cigarro, Rivotril e Lexotan, por exemplo. Tirar da ilegalidade permitirá campanhas educativas para os riscos do consumo e sua redução. Além de diminuir o nível de encarceramento de jovens, em sua maioria negros e pobres, que vão para a cadeia por causa da relação com drogas como a maconha e saem de lá ainda mais sem perspectivas de emprego, tendo apenas o narcotráfico como oportunidade. É preciso rever o problema de conjunto e ter coragem para fazer o debate aberto e franco, sem tabus e preconceitos.”, afirmou a candidata do PSOL.

Para acessar a íntegra da sabatina, acesse http://www.elpais.com/edigitales/entrevista.html?id=11109