Por Redação #Equipe50
A candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, lançou na tarde desta terça-feira (23), em São Paulo, o seu Programa de Governo (baixe aqui em PDF!). Durante o evento, Luciana disse que propostas representam uma defesa da ruptura com os atuais sistemas econômico e político. “Aqui estamos apresentando propostas radicais. Sim, radicais, mas não no sentido estereotipado e pejorativo da palavra, mas no sentido de propostas que vão à raiz dos problemas. Nós defendemos mudanças estruturais importantes, como a reforma agrária, a reforma urbana, o combate à homofobia, a defesa do casamento civil igualitário, a reforma tributária. Tudo isso é importante para a população, mas os partidos do sistema são incapazes de defender, pois não têm coragem de enfrentar os interesses do capital financeiro”, afirmou para um público de jornalistas, apoiadores e militantes.O documento foi apresentado pela própria candidata, pelo coordenador geral da campanha, Luiz Araújo, e pelo coordenador de Programa de Governo, Mauricio Costa. O professor da USP, Vladimir Safatle, e o vice de Luciana, Jorge Paz, também estiveram presentes.
Luciana disse ainda que para colocar em prática tais mudanças a participação popular é fundamental. “Nosso projeto é, sim, um projeto de ruptura, é, sim, um projeto de enfrentamento, mas é também um projeto factível, pois pressupõe contrariar interesses minoritários para atender os interesses da maioria do povo. Por isso o apoio da população é tão importante. Digo que a mobilização é a única garantia de que vamos conseguir colocar em prática as nossas propostas. Essa ruptura só será possível com pressão popular”, afirmou a presidenciável.
Para encerrar, Luciana falou que independentemente do resultado das eleições, as lutas do PSOL continuarão. “As bandeiras que defendemos no nosso programa não são bandeiras apenas do PSOL, são lutas de uma sociedade que quer mais democracia, mais e melhores direitos. A votação que o PSOL tiver nas eleições é a expressão da força dessas bandeiras, da força da esquerda”, declarou.
“Esse programa inova no conteúdo e na forma, pois parte do processo de consulta de toda a sociedade civil. Ele deixa claro que não é possível fazer as mudanças que propomos sem mexer na estrutura”, disse o coordenador geral da campanha, Luiz Araujo.
Já Safatle, resumiu o programa de Luciana Genro da seguinte forma: “Esse é o programa da esquerda brasileira. O PSOL não é uma esquerda sazonal, é uma esquerda comprometida com suas propostas. Um partido que consegue ver e mostrar onde está o sofrimento social. Aqui não existe generalização, as propostas são diretas e claras. Propostas que muitos têm até medo de pensar, mas que boa parte da população sabe que são factíveis”, afirmou o filósofo, que também colaborou com a construção do programa.O Programa de Governo de Luciana Genro foi construído por movimentos sociais, intelectuais, setoriais do PSOL e diversos segmentos da sociedade civil. Seminários programáticos organizados pela Fundação Lauro Campos, coordenados por Luciana Genro e pela dirigente partidária e ex-deputada federal, Maninha, foram o ponto de partida. Os encontros realizados em dez cidades brasileiras, contaram com nomes como Lucio Gregori, especialista em mobilidade urbana.
O PSOL também colheu apoios da sociedade via internet, através da Plataforma 50, que recebeu quase 200 contribuições de cidadãos de todo o Brasil. O mandato do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) apresentou contribuições substanciais no tema da Educação. As propostas para a população LGBT tiveram contribuições do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). O Greenpeace colaborou nos programas de mobilidade urbana e meio ambiente. Para o eixo de habitação, Luciana incorporou bandeiras do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). Já o programa de reforma política foi construído a partir de propostas do deputado Chico Alencar (PSOL- RJ), da Coalizão Democrática por Eleições Limpas e da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política.
As demandas estão organizadas em um sistema de propostas concretas divididas em 20 áreas diferentes, além das contribuições realizadas por movimentos de juventude e de negros e negras, que foram incorporadas, tais quais foram redigidas e apresentadas à campanha.
“A grande diferença desse programa para os que vimos até hoje é uma inversão de prioridades. Aqui, priorizamos a maioria e destacamos a necessidade de combater a desigualdade. Nós criamos uma plataforma que desse voz àqueles que nunca são ouvidos”, disse Maurício Costa, coordenador do Programa.