Por Redação #Equipe50
A candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, dedicou esta sexta-feira ao cumprimento de agendas no Rio Grande do Sul. Após visitar a sede do Grupo Sinos, às 14h, na cidade de Novo Hamburgo, Luciana realizou uma visita à Associação de Servidores do Grupo Hospitalar Conceição (ASERGHC), às 17h, em Porto Alegre.
O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) é a maior instituição de saúde pública da Capital gaúcha e compreende três hospitais: o Hospital Conceição, o Hospital Fêmina e o Hospital Cristo Redendor. Vinculado ao governo federal, o GHC possui um histórico de problemas que foram relatados à candidata por seus trabalhadores.
Os servidores denunciam que a instituição opera a partir de uma lógica de aparelhamento político por parte do governo federal, que privilegia a concessão de altos salários para os cargos de chefia e a terceirização de setores fundamentais para a saúde pública, como limpeza e higienização. “Hoje, o partido que ganha a eleição tem o GHC como espaço de reserva para disputa entre as alianças”, critica Valmor Guedes, presidente d ASERGHC.
Ele informa que o Hospital Conceição gasta cerca de R$ 9 milhões por ano com o pagamento de salário para 23 cargos de chefia, enquanto 279 servidores representam um custo de R$ 7 milhões na folha. “Há uma distorção na remuneração entre quem faz o dia a dia do hospital e aqueles cargos de pessoas que ocupam pouca parte do seu tempo diário no Conceição”, aponta.
Luciana Genro, que estava acompanhada do candidato do PSOL ao governo do Rio Grande do Sul, Roberto Robaina, disse que a situação do Grupo Hospitalar Conceição é um reflexo do tratamento nacional que é dado à máquina pública pelo governo atual. “Vocês vivem aqui um microcosmos da política nacional. O setor público está privatizado por interesses de castas que se apropriam destes espaços para transação dos seus próprios interesses, onde os trabalhadores não têm voz ativa”, observou.
A candidata defendeu a proposta de realizar uma “revolução tributária” para taxar as grandes fortunas e “aliviar a tributação sobre o assalariado e a classe média”, incluindo, neste aspecto, a atualização da tabela do Imposto de Renda – algo que não é feito desde o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Luciana Genro lembrou que existe um projeto de sua autoria tramitando no Congresso Nacional que estipula uma alíquota de 0,5% anual sobre fortunas acima de R$ 3 milhões. Contudo, ela assegurou que está disposta a negociar com os parlamentares e possibilitar que a alíquota seja de 5% sobre quem possui fortunas acima dos R$ 50 milhões. A candidata disse que a receita gerada dessa tributação será de R$ 90 bilhões por ano, que é o mesmo valor previsto para ser investido em saúde e em educação neste ano pelo governo federal.
Luciana encerrou seu pronunciamento reafirmando o compromisso com a luta e as reivindicações dos trabalhadores da saúde. “Queremos dizer a vocês que a nossa campanha eleitoral está à disposição para colaborar em dar visibilidade a esses problemas. A campanha é um momento em que podemos empoderar vocês, fazendo com que esses problemas venham à luz”, salientou.
Roberto Robaina, que estava acompanhado da candidata a vice-governadora do Rio Grande do Sul pelo PSOL, Gabi Tolotti, destacou a importância das manifestações de junho de 2013 para a área da saúde, já que um dos bordões gritados nas ruas exigia uma “saúde padrão FIFA”. “O povo tem lutado muito, tem havido muita resistência. E junho foi uma luz neste sentido”, disse.