Todo final de ano é o mesmo ritual. Fazer um balanço, desenhar as perspectivas. Olhar para 2011, entretanto, tem um novo sabor que há muito não sentia. Um sabor de luta, de futuro, de novas oportunidades para quem sabe que o capitalismo não é o fim da história.
Não é à toa que a revista Time, porta-voz dos interesses do Capital, elegeu como personalidade do ano “O manifestante.” É que o manifestante impôs a sua presença no cenário político mundial. E isso diz muito sobre a importância do ano de 2011 na construção do futuro.
Alguns, desolados e desoladores, insistem em dizer que tudo o que aconteceu em 2011 foi muito pouco pois, afinal, os manifestantes de Wall Street não tem um programa claro; entre os manifestantes que derrubaram as ditaduras nos países árabes não há uma alternativa de esquerda forte, etc, etc…
Diz Joaquin Herrera Flores que “ o passado é sempre o passado do nosso presente, e o futuro nada mais é que a extensão daquilo que fazemos nosso presente.”
Movida por esta concepção, acredito que em 2011 foram plantadas muitas sementes, e que o solo está fértil! É certo que a colheita não é imediata, que seu resultado depende de muitos fatores, alguns alheios às nossas ações e vontades, pois são múltiplas as determinações que configuram a vida real.
Mas é certo também que a ação do sujeito social tem um peso fundamental. Reside aí, na minha opinião, a grande importância do anos de 2011 para o futuro: muitos sujeitos sociais entraram em cena, e este é um ganho irreversível, independente dos resultados imediatos desta ação.
Vamos, então, celebrar os avanços, e trabalhar pelas vitórias!
Tim- Tim!