A semana vista pelo PSOL
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França vai a guerra contra reforma da previdência

Nesta semana, a população francesa está nas ruas contra a reforma da previdência proposta pelo presidente Nicolas Sarkozy, que aumenta a idade para aposentadoria de 60 para 62 anos. Trabalhadores de diversos setores – refinarias, ferrovias, caminhoneiros etc – paralisam a França contra essa proposta nefasta que visa satisfazer o mercado financeiro. Os estudantes também participam das manifestações, pois sabem que a reforma irá fazer com que trabalhadores tenham de ficar mais tempo trabalhando e, assim, postos de trabalho deixarão de ser gerados para os mais jovens.

O presidente Sarkozy alega que “a mudança é essencial para equilibrar as contas da previdência”, porém, quando são os banqueiros que precisam “equilibrar suas contas”, os governos (inclusive os da União Europeia) imediatamente dão trilhões e trilhões de dólares de ajuda, às custas da explosão da dívida pública. E depois fazem os aposentados pagarem essa dívida ilegítima.

A mobilização na França é um exemplo para as lutas que travaremos aqui no Brasil, contra as reformas neoliberais que se avizinham no futuro próximo.

Brasil: renda média real do trabalho cresceu apenas 8,8% desde 2002

Nesta semana, a grande imprensa noticiou que a renda média do trabalhador brasileiro (segundo o IBGE) foi a maior da série histórica iniciada em 2002, para um mês de setembro. À primeira vista, tal dado daria a entender que o mercado de trabalho no Brasil vive às mil maravilhas.

Porém, se analisarmos detalhadamente a tabela do IBGE (diponível no site do instituto), veremos que, nos anos de 2003 até 2007, tal renda média ficou abaixo do nível de 2002, somente se recuperando a partir de 2008, e tendo atingido em 2010 esse pífio nível de 8,8% acima de oito anos atrás.

Ou seja: o próprio governo atual colocou o “bode na sala” e agora está retirando-o.

Enquanto trabalhadores recebem migalhas, continua farra dos rentistas

Apesar de constantemente propagandear que a dívida não é mais problema, argumentando que já “pagou o FMI”, o governo brasileiro segue tentando reduzir o enorme fluxo de capitais que chega ao país para ganhar com as taxas de juros mais altas do mundo da dívida interna. Nestas últimas semanas, o governo tomou diversas medidas, como o  aumento do IOF – Imposto sobre Operações Financeiras de 2% para 6% sobre a entrada de capitais estrangeiros para a renda fixa (ou seja, dívida pública).

Esse enorme fluxo de dólares para o país tem provocado a desvalorização da moeda americana frente ao real, o que dificulta as exportações e barateia as importações, gerando grande rombo nas contas externas e destruição da indústria nacional. E o principal: provoca os ganhos dos especuladores com a dívida interna, às custas do povo.

Esee processo ganhou força em 2006, quando o atual governo isentou de imposto de renda os ganhos dos estrangeiros com a dívida interna. Agora, assustado com o enorme fluxo estrangeiro, tenta tributá-lo.

Porém, para acabar com essa farra dos rentistas, é necessário reduzir significativamente as taxas de juros, controlar os fluxos de capitais e auditar a dívida.