Debates mostram mais uma vez a marca do PSOL
Nesta semana, o PSOL mostrou a sua diferença frente aos demais candidatos destas eleições. Plínio de Arruda Sampaio foi entrevistado pelo Jornal Nacional, tendo direito a apenas três minutos, enquanto os candidatos de PT, PSDB e PV tiveram cada um o quádruplo desse tempo: 12 minutos. Porém, nesse pequeno tempo, Plínio falou mais que todos os outros juntos, pois apontou as transformações necesarias para o país, que só o PSOL pode defender, por não depender do poder econômico – especialmente o financeiro – que financia a campanha das três candidaturas que dispõem de muito mais espaço na mídia.
Plínio defendeu as ocupações de terras e a auditoria da dívida pública, mostrando que, para mudar o país, poderosas forças políticas têm de ser enfrentadas, como os latifundiários – que possuem a maior parte das terras no país – e o setor financeiro, que suga a maior parte do orçamento em juros e amortizações da dívida pública.
Sem enfrentar essas forças políticas, não se pode fazer um país justo.
Pedro Ruas é destaque no Rio Grande do Sul
No debate com os candidatos ao Piratini, o PSOL também fez a diferença, com Pedro Ruas defendendo a auditoria da dívida do Estado com a União. Essa dívida cresceu principalmente devido aos juros altíssimos estabelecidos pela esfera federal, desde antes da renegociação com a União, nos anos 1990, e continuou a crescer devido à escolha do índice IGP-DI para a atualização monetária do endividamento. Esse índice se mostrou volátil e trouxe excessivos custos aos estados, conforme constou do Relatório Final da CPI da Dívida na Câmara dos Deputados, que foi aprovado pela própria base do governo Lula e até mesmo pelo PSDB da governadora Yeda Crusius.
Os juros e amortizações pagos pelo Rio Grande do Sul à União são destinados, por esta última, ao pagamento da também questionável dívida federal.
Ruas também se destacou no tema do combate à corrupção, outro assunto que o PSOL tem autoridade para tratar. Questionou o rombo nos cofres públicos do governo Yeda e a negativa de José Fogaça em instalar a CPI da Saúde em Porto Alegre.
Lula: “Graças a Deus os bancos estão ganhando dinheiro”
Enquanto os candidatos do PSOL mostram que é necessário enfrentar o setor financeiro, o presidente Lula comemora que os bancos estão lucrando muito: “Graças a Deus os bancos estão ganhando dinheiro”, afirmou, alegando que, se não estivessem ganhando, o Estado teria de ajudá-los financeiramente. Ou seja: o presidente não apenas fica feliz com a alta lucratividade dos bancos, como também defende que o Estado os salve caso tenham dificuldades.
O alto lucro dos bancos no primeiro semestre, como sempre, se deve principalmente à dívida pública, que paga aos bancos as maiores taxas de juros do mundo às custas do povo, e ainda permite que os bancos estabeleçam juros altíssimos para os empréstimos a pessoas e empresas. Isso porque, caso o governo não necessitasse de dezenas de bilhões de reais por mês do setor financeiro (para pagar os juros e amortizações que vencem), sobrariam muitos recursos para empréstimos, obrigando os bancos a terem de encontrar destinação para tais recursos no setor produtivo, o que obviamente levaria a uma queda nas taxas cobradas de pessoas ou empresas.