Cerca de 300 pessoas lotaram o Auditório Teotônio Vilela, da Assembleia Legislativa de São Paulo, nesta quarta-feira, 30, para assistir à Convenção Nacional Eleitoral do PSOL, que homologou a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio para a Presidência da República. O evento teve início com a fala de parlamentares do PSOL e diversos intelectuais apoiadores. Participaram ainda militantes, representantes de movimentos sociais e dirigentes estaduais do partido de diversas regiões do país.
“Ninguém está aqui à toa. Todos têm um sonho e eu agradeço por ser o portador dele.” Assim Plínio deu início a sua fala. O candidato destacou a resistência dos brasileiros, afirmando que ela já dura mais de 500 anos. “Nosso povo é oprimido, mas nunca aceitou a opressão, sempre houve resistência”, afirmou.
Para ele, o PSOL nasceu para fazer a reconstrução da esperança, que o PT representava, mas que se perdeu pelo caminho. “Estamos em outro contexto, diferente da época em que o PT surgiu. Estamos diante de uma sociedade contente, conformada com o capitalismo, que acha que muito mais do que isso não pode melhorar”, avaliou Plínio, dizendo que as eleições de 2010 serão tão duras quanto a travessia de um deserto. “Não esperemos facilidade e sucesso imediato. Nossa conquista será a da consciência de dever cumprido”, alertou.
Plínio reafirmou que as candidaturas de PT, PSDB e PV representam a mesma ordem, com a qual o PSOL quer acabar. “Somos a candidatura da transgressão da ordem estabelecida”, destacou, lembrando que o partido tem em seu programa de governo ações que a burguesia não tem o interesse e nem a coragem de empreitar, como as reformas agrária, da educação e da saúde públicas; o fim à criminalização da pobreza e do movimento de desendustrialização pelo qual o país passa; uma reforma urbana que ataque a especulação imobiliária; e a redução da jornada de trabalho. “A reforma agrária não vai melhorar a produção agrícola, mas sim a vida do povo pobre. A redução da jornada de trabalho não é apenas para gerar mais emprego, mas para proporcionar tempo de lazer ao trabalhador, tempo para que ele possa pensar!”, explicou o candidato.
Ele reafirmou seu compromisso com o socialismo e fez questão de colocar que sua candidatura é do PSOL e que fará a campanha em conjunto com o partido. “Unidos vamos restabelecer e liberar essa esperança e esse sonho que o brasileiro quer colocar para fora!”, concluiu Plínio, legitimado pelos aplausos da plateia.
A deputada federal Luciana Genro disse depois que a luta nestas eleições será muito difícil. “Começando pelo boicote da mídia, que só considera três candidaturas.” Ela destacou ainda a falta de recursos do partido frente às máquinas eleitorais milionárias do PT e do PSDB, financiadas pelos maiores bancos do país. “Mas em contraposição temos um grande patrimônio que construímos com nossas ações políticas, como na luta contra a corrupção. Dessa marca não podemos abrir mão e Plínio representará tudo isso muito bem!”, concluiu, arrancado aplausos dos presentes.
Após as falas dos parlamentares, intelectuais presentes também manifestaram apoio a Plínio. “Nosso atual presidente é um síndico do capital. Vamos nessa eleição em romaria, com Plínio à nossa frente. Plínio, você tem nossa bênção”, anunciou Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás. O geógrafo Aziz Ab’Saber fez questão de destacar o equilíbrio e a sensibilidade de Plínio. “Ele não pensa no outro, ele pensa nos outros. Estou com muito fervor em termos desta candidatura”, declarou emocionado. Waldermar Rossi, membro da Pastoral Operária, também destacou a unicidade de Plínio nestas eleições. “Só ele pode mostrar ao povo que esse modelo vigente não serve. Isso porque fala de forma simples, mas com muita profundidade. Não posso negar apoio a este homem, conhecendo sua história”, disse. O cineasta Silvio Tendler e os sociólogos Chico de Oliveira e Heloísa Fernandes também marcaram presença no evento e declararam seu apoio ao candidato do PSOL.
Fonte: psol50.org.br