Ontem foi o aniversário de 50 anos de Brasília. Politicamente a cidade segue em um impasse. O novo governador eleito e recém empossado, Rogério Rosso, do PMDB, já enfrentou protestos. Suas vinculações com Arruda e Roriz são bem conhecidas e, dos 13 deputados que lhe deram a vitória, pelo menos 10 são investigados por irregularidades. O procurador geral da República, Roberto Gurgel, segue defendendo a intervenção no Distrito Federal, mas o STF parece surdo e o governo Lula também não quer essa responsabilidade. Resta a única alternativa: o povo tomar a política em suas próprias mãos e exigir mudanças. Isso poderia acontecer já, através da intensificação da mobilização, mas essa não parece a hipótese mais provável. O nível de ceticismo é tão alto que fica cada vez mais difícil fazer as pessoas se mexerem, principalmente em Brasília. O grupo de estudantes que protestou ontem foi heróico. Mas as eleições também serão uma oportunidade para o povo tomar a política em suas mãos. Não só em Brasília, no país inteiro. Se o fenômeno que criou e fortaleceu o Projeto Ficha Limpa se repete e se amplia nas eleições os resultados podem ser melhores do que o esperado.
Salvar Brasília e o Brasil