A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados criticou o encaminhamento do Projeto de Lei Complementar 518/2009, conhecido como Ficha Limpa, para a CCJ – Comissão de Constituição de Justiça, definido por partidos que não querem a aprovação da proposta e tentarão modificá-la naquela comissão. O projeto de iniciativa popular recebeu mais de 1 milhão de assinaturas para começar a tramitar no Congresso Nacional e tenta tornar inelegível candidatos que cometeram crimes graves, como contra o erário público, corrupção, homicídio e estupro.
O envio do projeto para a CCJ é uma tentativa de engavetá-lo. Foram dois anos de movimento popular, coletando assinaturas. Há seis meses, o projeto foi entregue na Câmara e foram mais 37 dias de discussões no grupo de trabalho para, como resultado, não se votar.
Para a deputada Luciana Genro, o projeto Ficha Limpa representa a política em seu estado mais puro e genuíno por ter sido proposta pela sociedade brasileira. Além disso, disse, o projeto possibilitará que segmentos da população que ainda não têm acesso às informações sobre os candidatos não sejam enganados. “Não acredito que as pessoas votem nos políticos que estão roubando o dinheiro que elas próprias pagam de impostos por opção. Elas votam porque recebem uma informação de má qualidade.”
Luciana defendeu uma reforma política para o Brasil, com o fim do financiamento privado. Na opinião da parlamentar, no Brasil ocorrem campanhas eleitorais extremamente distorcidas, nas quais os marqueteiros transformam os candidatos em produtos que são vendidos e que não têm absolutamente nenhuma conexão com a realidade. “O projeto é insuficiente para acabarmos com a corrupção na política, com a impunidade e os maus políticos, mas é a possibilidade de darmos um pequeno passo”.
Leia a íntegra do discurso de Luciana em seu blog.
Com informações da Liderança do PSOL