Lideranças e militância do PSOL estiveram nesta sexta-feira, 9, na Esquina Democrática, centro de Porto Alegre, para alertar a população sobre a necessidade de se investigar os desvios de quase R$ 10 milhões na Secretaria Municipal da Saúde, cujo secretário Eliseu Santos foi assassinado recentemente. Eliseu prestava depoimento à Polícia Federal sobre a contratação do Instituto Sollus para gerir o Programa Saúde da Família, onde ocorreu os desvios, e declarou que vinha sofrendo ameaças, atribuídas à empresa de segurança Reação, que foi responsável pela vigilância dos postos de saúde da Capital.
Pesquisa espontânea realizada pelo instituto Datafolha revelou que a saúde é a maior preocupação dos gaúchos. A prefeitura de José Fogaça foi marcada pelo fechamento de postos, péssimas condições de trabalho para os servidores da área e cortes de recursos. Fogaça em sua campanha prometeu a abertura de 200 postos de Saúde da Família em Porto Alegre. Não cumpriu nem a metade dessa meta. “Sabemos como a saúde sofre com a falta de recursos e quando há um desvio dessa ordem, nessa área tão importante, é preciso investigar”, disse o presidente estadual do PSOL, Roberto Robaina.
A vereadora Fernanda Melchionna lembrou que a bancada do PSOL batalha pela instalação da CPI da Saúde na Câmara de Porto Alegre desde 21 de janeiro, bem antes do assassinato do secretário, pois a simples contratação do Sollus já gerava suspeitas: “Esse instituto de Sorocaba, que nem sede própria possui, nem lá nem aqui em Porto Alegre, foi trazido sem licitação, utilizou recursos públicos, como espaços públicos e agentes de saúde, profissionais concursados, e ainda levou R$ 10 milhões da prefeitura”, indigna-se. O líder da oposição na Câmara, Pedro Ruas, autor do pedido, pediu que a população pressione seus vereadores a assinar o requerimento: “Precisamos de 12 assinaturas, falta ainda uma. Ou seja, 25 vereadores querem abafar a investigação! A Câmara deve ser a casa do povo, então chamo todos vocês a irem até lá, visitar seus vereadores e pedir que assinem. Quem não deve não teme.”
A deputada federal Luciana Genro lembrou que o PSOL está semanalmente prestando contas de suas atividades no centro da Capital, por isso, criticou quem diz que a CPI da Saúde seria uma manobra eleitoreira. “Estamos em ano eleitoral e a população tem o direito de saber o que fizeram e fazem seus candidatos. É por isso que o fato de ser ano de eleição é mais um motivo para investigar e não um empecilho, como quer nos convencer a base governista.”