por Pedro Fuentes, secretário de Relações Internacionais do PSOL
Entre os dias 24 e 25 de Abril se realizará em Santo Domingo, capital da Republica Dominicana, o Congresso da Nova Esquerda Caamañista. O PSOL, através da Secretaria de Relações Internacionais, estará presente neste evento.
O nome é simbólico: Francisco Caamaño Deñó foi um coronel que esteve à frente de uma revolução para recolocar na presidência Juan Bosch, o primeiro presidente constitucional depois da ditadura de Rafael Trujillo. Bosch foi derrotado pelos militares apoiados pelos Estados Unidos.
A revolução constitucionalista dos jovens oficiais enfrentou, logo depois, a invasão de mais de 40 mil marines yankys enviados pelo presidente Lyndon B. Johnson sob o pretexto de que a República Dominicana estava se convertendo numa nova Cuba. Essa intervenção desatou uma guerra civil que terminou com o exílio de Caamaño.
Em seus documentos e propostas a Nova Esquerda Caamañista marca o objetivo de construir “uma organização revolucionária de novo tipo, imersa nas lutas sociais e políticas, concebida como fator de criação de consciência, organização e novas capacidades de convocatória, mobilização e confrontação”. Além destas características, reproduzimos aqui trechos cruciais de suas proposições, que se identificam fortemente com o PSOL:
Defendem a “radicalização dos processos nos países do ALBA” e apontam “a necessidade da unificação das forças sociais e políticas em cada um de nossos países latino-americanos, com uma devida independência ante os estados e os governos vigentes”.
Propõem a “continentalização pelo crescimento do processo bolivariano e unidade para conformar um movimento que articule a diversidade revolucionária latino-caribenha, até obter uma Internacional Revolucionária de novo tipo”.
Avaliam que “a alternativa ao neoliberalismo é a superação do capitalismo e criação de novo socialismo, diferente ao denominado ‘socialismo real’ que colapsou no século XX”.
Por fim, entendem que “em nossa a América, está bastante claro, vistos em forma dinâmica os fatos acontecidos em tempos recentes, que o ponto de partida da transição ao socialismo consiste em desmantelar o modelo neoliberal imposto. E avançar para uma sociedade de profundo conteúdo anticapitalista, socializando primeiro parcialmente, e logo completamente, determinadas vertentes estratégicas, tanto no econômico e social como no político e o cultural”.
Com isso posto, se vê que o convite feito ao PSOL através da Secretaria de Relações Internacionais não é formalista. Fomos convidados porque nosso projeto, que está vivo, apresenta similitudes e é também um exemplo dentre os processos em construção de “novas esquerdas” no mundo e em nossa Latino América. O PSOL se fará presente para levar seu apoio a este projeto e suas intenções de estabelecer as melhores relações fraternais e de trabalho comum com este novo movimento político.