Havana – Economistas e acadêmicos de diferentes correntes de pensamento coincidiram nesta capital em que as perspectivas da atual crise econômica mundial são incertas.
No segundo dia de um encontro internacional sobre globalização e problemas do desenvolvimento, vários especialistas apontaram que esse panorama é cada vez mais nebuloso para os países pobres e os setores de menores rendimentos.
James Galbraith, da universidade estadunidense do Texas, apontou que a atual recessão, como nenhuma outra, consolida as desigualdades entre ricos e despossuídos, num cenário em que só se insiste em desequilíbrios financeiros e bolhas hipotecárias.
Indicou que em seu país se geraram milhares de hipotecas como um processo legal, mas com empréstimos falsos, o que estourou e destruiu grandes capitais fictícios e falsos níveis de solvência.
Para Galbraith a crise não terminou e sua solução exigirá da imaginação e o esforço de todos os economistas e especialistas interessados em pôr fim a esta profunda contração.
O belga Eric Toussaint, do Comitê para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo, considerou, em um painel sobre as perspectivas da crise, que a aplicação de políticas neoliberais no início da década intensificou a ofensiva do capital contra o trabalho.
Em sua opinião, o ensinamento é que sem lutas sociais e de classe não haverá pressão para a mudança de tais políticas espoliadoras, por isso convocou uma maior atividade dos movimentos anticapitalistas.
A crise global é o epicentro do importante encontro que anualmente reúne em Havana o pensamento econômico mais avançado do mundo, de uma perspectiva plural e de diversidade sobre problemas cardinais da humanidade.
Nessa edição, soma-se ao debate a lacerante catástrofe que vive o Haiti, depois do terremoto do dia 12 de janeiro, com experiências derivadas dos enormes desafios e compromissos que tem diante de si o mundo com a sofrida nação caribenha.
Cerca de mil delegados e convidados de 40 países e 39 organismos internacionais assistem o evento, iniciado ontem na capital cubana.
Fonte: Fundação Lauro Campos com informações de Prensa Latina