Em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, 8 de dezembro, na sede do PSOL em Porto Alegre, o presidente estadual do partido, Roberto Robaina, a deputada federal Luciana Genro e o líder da bancada na Capital, Pedro Ruas, revelaram dois novos fatos que revelam corrupção na campanha eleitoral e no governo de Yeda Crusius. Robaina saudou a presença dos vereadores Fernanda Melchionna, de Porto Alegre, e Romer Guex, de Viamão, de representantes de sindicatos e, principalmente, dos veículos de comunicação de todo o país. Ele lembrou que as entrevistas convocados pelo PSOL têm sido reveladoras, “apontando denúncias mais tarde corroboradas por outras fontes”. E que “a Assembleia Legislativa vem se eximindo da sua responsabilidade de fiscalizar o Executivo”.
Luciana levantou a primeira questão: a existência de um processo que corre em segredo de justiça, movido pelo vice-governador Paulo Feijó contra Yeda. O processo que corre na 12a. Vara Cível notifica a governadora sobre uma doação de Feijó à campanha, em forma do pagamento de aluguel do comitê instalado na Av. Nilo Peçanha. A doação consta das declarações de imposto de renda do vice e da locatária, mas ele relata que, apesar das insistência ao tesoureiro da campanha, Rubens Bordini, não lhe foi entregue recibo. A doação também não consta da prestação de contas da campanha entregue ao Tribunal Regional Eleitoral.
“Esta é uma prova material, concreta e indiscutível que houve caixa-dois na campanha eleitoral de Yeda Crusius em 2006”, apontou Luciana.
Ruas apontou mais um fato, que o advogado considera de “maior gravidade, por colocar o Rio Grande do Sul como protagonista de uma circunstância de corrupção nunca vista”. O PSOL, que já havia denunciado uso de caixa-dois e subavaliação na compra da casa da governadora, que recebeu informações sobre a existência de outro imóvel suspeito na família Crusius. “Desta vez, a mansão, num condomínio fechado em bairro nobre, está no nome da filha da governadora, a psicóloga Tarsila Rorato Crusius”, revelou. “Temos duas leis federais e uma estadual que tratam de sinais de enriquecimento ilícito por agentes públicos; e um desses sinais é a posse de bens que revelem gastos incompatíveis com seus rendimentos”, apontou Ruas, lembrando que por agentes públicos se entende, inclusive, funções não-remuneradas no governo. Tarsila exerce funções honoríficas, compatíveis a uma primeira-dama.
Uma certidão entregue aos jornalistas comprova a compra da casa no valor de R$ 310 mil em 3 de junho de 2009. O imóvel está localizado na Av. Caí, 255, lote 109, Condomínio Villa Jaguanun. O pagamento foi feito da seguinte forma: R$ 150 mil à vista e os demais R$ 160 mil parcelados até o final de 2010. “Uma grande coincidência, estranhíssima coincidência, é que o pagamento corresponde ao período de mandato de Yeda. Nenhuma parcela será paga após o final do mandato”, salientou o vereador. Este caso será levado, segundo Ruas, ainda nesta semana, como denúncia ao Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas do Estado, “que tem a prerrogativa e a obrigação de investigar”.
Confira a íntegra da notificação de Paulo Feijó a Yeda Crusius no Blog da Rosane:
Vice libera resposta enviada à justiça
Ouça a reportagem de André Machado na Rádio Gaúcha:
PSOL questiona compra de imóvel da filha de Yeda Crusius e faz novas denúncias de caixa dois na campanha eleitoral